Assassinato de jovem gay na Espanha motiva protestos contra a homofobia em todo o país
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Enfermeiro Samuel Luiz Muñiz, de 24
anos, foi espancado até a morte por vários homens no sábado, 1 de julho, às
portas de uma festa. Ele nasceu no Brasil e mudou para a Espanha ainda criança.
Nesta terça-feira, a polícia. prendeu três jovens pelo espancamento
Um coro de aplausos seguido de uma harmoniosa abertura de guarda-chuvas
coloridos cercaram, na segunda-feira em A Coruña (cidade da Galícia, no
noroeste da Espanha), as amigas de Samuel Luiz Muñiz, o jovem espancado até a
morte na madrugada do último sábado, 1 de julho, no município espanhol. Coletivos
LGTBQIA+ de toda a Espanha convocaram mobilizações em várias cidades para
exigir justiça para o enfermeiro, vítima de um ataque
mortal de conotação homofóbica, cujo motivo específico ainda está sob
investigação. A Polícia Nacional prendeu nesta terça-feira três pessoas pelo
espancamento do enfermeiro, segundo fontes policiais confirmadas ao EL PAÍS.
Até 15 pessoas testemunharam sobre o caso. A Polícia confirmou que os detidos
são três jovens entre os 20 e os 25 anos, residentes da A Corunha.
No dia 1 de julho, Samuel Luiz Muñiz —que, segundo jornais
brasileiros, nasceu no Brasil e se mudou para a Espanha com um ano de vida—
estava com amigas na entrada de uma festa, conversando com alguém por uma
ligação em vídeo, quando um grupo de homens o abordou, acusando o jovem de
estar filmando o bando. Então, um deles reclamou com o enfermeiro, deu-lhe um
soco, e os demais se juntaram à agressão. Segundo a polícia, pelo menos sete
pessoas começaram a espancar e chutar Samuel Luiz, que não conseguiu se
defender O tuíte que uma amiga de Samuel Luiz postou após o ataque,
no qual afirma que ele foi assassinado “por
causa de sua orientação sexual”, atiçou as
redes sociais e desencadeou uma onda de reações de diferentes grupos políticos
e ideológicos. A polícia já ouviu diversas testemunhas do caso e o delegado
José Miñones afirma que a homofobia como motivação do crime é uma das hipóteses
consideradas na investigação, mas ressalta que “nenhuma outra hipótese está
descartada”. “Peço prudência e responsabilidade diante desses fatos
absolutamente condenáveis e a brutal agressão a Samuel. Não podemos permitir
essa violência em nossa sociedade”, disse o delegado. Na segunda-feira, 5
de julho, houve protestos por toda a Espanha. A praça María Pita, na região
central de A Coruña, ficou lotada com milhares de pessoas que pediram justiça.
As amigas que acompanhavam o jovem no momento do assassinato cobraram que o
caso fosse solucionado e que a família de Samuel, que decidiu não comparecer à
manifestação, fosse respeitada. Horas antes, Max Luiz, o pai do enfermeiro,
pediu que o assassinato de seu filho não fosse usado como “bandeira” e
recomendou que os participantes da concentração deixassem doações de
alimentos para a Cruz Vermelha: “Eu
sei que meu filho teria ficado feliz“. As doações foram amontoadas atrás de uma
coluna nas arcadas do Paço Municipal, protegidas das chuvas intermitentes que
acompanhavam a manifestação.
Um representante do coletivo Avante LGBT + discursou, esclarecendo que, embora
as investigações policiais continuem, é inegável que eles assassinaram “um dos
seus” e alertou que há poucos dias um casal homossexual foi agredido em A
Coruña, bem como uma mulher trans em Santiago de Compostela (também na região
da Galícia) uma noite após o homicídio de Samuel. “O nosso amor vale mais do
que a violência de vocês”, dizia um dos cartazes. Ao seu redor, os amigos do
enfermeiro usavam camisetas com o slogan #JustiçaparaSamuel, mensagem que
inundou as redes sociais desde o último sábado para denunciar o assassinato.
Também foram realizadas manifestações nas regiões de Astúrias, Aragão, Castela
e Leão, Catalunha, Castela-La Mancha, Comunidade Valenciana, La Rioja, Murcia,
Andaluzia, Extremadura e Madri. Na capital da Espanha, milhares de pessoas se
reuniram na Puerta del Sol, sob o lema: “Chega de mortes
por ódio, intolerância e discriminação”
A maioria era jovem, mas muitos adultos também participaram do protesto.
“Mataram Samuel por ser bicha. Queremos convocar a insurreição“, disse um
porta-voz com um megafone.
Diego Rubia, de 21 anos, ergueu uma placa que dizia: “Vocês nos roubam nossa
adolescência, agora roubam nossas vidas.” “Estamos aqui pelo Samuel, mas não só
por ele, também por todos
que sofrem ou podem sofrer ataques homofóbicos”, protestou Rubia, sem
baixar os braços. Ao ouvir a notícia do assassinato, ele conta que sentiu uma
“frustração” que logo se transformou em um “pânico horrível”. “Tive medo como
gay, não só por mim, mas também pelas crianças que estão sofrendo o que eu
sofri, o que todos os homossexuais, trans ou mulheres continuam sofrendo”. Ele
acredita que existem partidos políticos que, em vez de ajudar a sociedade,
estão dando voz à homofobia ou ao machismo. “Por isso é importante que nos
vejam, que nos ouçam e deem voz a quem já não a tem”.
“Eles não o mataram, eles o assassinaram”; “Tire os fascistas de nossas
vizinhanças”; “Mataram o Samuel por ser bicha”... Esses foram alguns dos
slogans mais repetidos na praça, cheia de bandeiras do arco-íris, balançando no
ar, amarradas nas cinturas dos manifestantes, em bolsas de pano, em pulseiras
ou máscaras. Sara Diéguez levava o símbolo
da luta da comunidade LGBTQIA+ como uma capa. A jovem foi à
manifestação com suas amigas, todas de 15 anos. “Estamos aqui para protestar
porque matar alguém por causa de sua orientação sexual é ódio que não pode ser
permitido”, diz Diéguez. Diego Chicharro, ao lado dela, afirma sentir medo.
“Não sei o que pode acontecer comigo ou com alguém próximo a mim que faz parte
do coletivo. Sinto que não consigo andar com calma ou usar uma pulseira como
esta“, explica ele, apontando para uma bandeira de arco-íris em seu pulso.
“Eles se viram, gritam com você, olham para você com raiva... É hora de dizer
basta!.”
Enfermeiro Samuel Luiz Muñiz, de 24
anos, foi espancado até a morte por vários homens no sábado, 1 de julho, às
portas de uma festa. Ele nasceu no Brasil e mudou para a Espanha ainda criança.
Nesta terça-feira, a polícia. prendeu três jovens pelo espancamento
Um coro de aplausos seguido de uma harmoniosa abertura de guarda-chuvas
coloridos cercaram, na segunda-feira em A Coruña (cidade da Galícia, no
noroeste da Espanha), as amigas de Samuel Luiz Muñiz, o jovem espancado até a
morte na madrugada do último sábado, 1 de julho, no município espanhol. Coletivos
LGTBQIA+ de toda a Espanha convocaram mobilizações em várias cidades para
exigir justiça para o enfermeiro, vítima de um ataque
mortal de conotação homofóbica, cujo motivo específico ainda está sob
investigação. A Polícia Nacional prendeu nesta terça-feira três pessoas pelo
espancamento do enfermeiro, segundo fontes policiais confirmadas ao EL PAÍS.
Até 15 pessoas testemunharam sobre o caso. A Polícia confirmou que os detidos
são três jovens entre os 20 e os 25 anos, residentes da A Corunha.
Um representante do coletivo Avante LGBT + discursou, esclarecendo que, embora as investigações policiais continuem, é inegável que eles assassinaram “um dos seus” e alertou que há poucos dias um casal homossexual foi agredido em A Coruña, bem como uma mulher trans em Santiago de Compostela (também na região da Galícia) uma noite após o homicídio de Samuel. “O nosso amor vale mais do que a violência de vocês”, dizia um dos cartazes. Ao seu redor, os amigos do enfermeiro usavam camisetas com o slogan #JustiçaparaSamuel, mensagem que inundou as redes sociais desde o último sábado para denunciar o assassinato.
Também foram realizadas manifestações nas regiões de Astúrias, Aragão, Castela e Leão, Catalunha, Castela-La Mancha, Comunidade Valenciana, La Rioja, Murcia, Andaluzia, Extremadura e Madri. Na capital da Espanha, milhares de pessoas se reuniram na Puerta del Sol, sob o lema: “Chega de mortes por ódio, intolerância e discriminação”
A maioria era jovem, mas muitos adultos também participaram do protesto. “Mataram Samuel por ser bicha. Queremos convocar a insurreição“, disse um porta-voz com um megafone.
Diego Rubia, de 21 anos, ergueu uma placa que dizia: “Vocês nos roubam nossa adolescência, agora roubam nossas vidas.” “Estamos aqui pelo Samuel, mas não só por ele, também por todos que sofrem ou podem sofrer ataques homofóbicos”, protestou Rubia, sem baixar os braços. Ao ouvir a notícia do assassinato, ele conta que sentiu uma “frustração” que logo se transformou em um “pânico horrível”. “Tive medo como gay, não só por mim, mas também pelas crianças que estão sofrendo o que eu sofri, o que todos os homossexuais, trans ou mulheres continuam sofrendo”. Ele acredita que existem partidos políticos que, em vez de ajudar a sociedade, estão dando voz à homofobia ou ao machismo. “Por isso é importante que nos vejam, que nos ouçam e deem voz a quem já não a tem”.
“Eles não o mataram, eles o assassinaram”; “Tire os fascistas de nossas vizinhanças”; “Mataram o Samuel por ser bicha”... Esses foram alguns dos slogans mais repetidos na praça, cheia de bandeiras do arco-íris, balançando no ar, amarradas nas cinturas dos manifestantes, em bolsas de pano, em pulseiras ou máscaras. Sara Diéguez levava o símbolo da luta da comunidade LGBTQIA+ como uma capa. A jovem foi à manifestação com suas amigas, todas de 15 anos. “Estamos aqui para protestar porque matar alguém por causa de sua orientação sexual é ódio que não pode ser permitido”, diz Diéguez. Diego Chicharro, ao lado dela, afirma sentir medo. “Não sei o que pode acontecer comigo ou com alguém próximo a mim que faz parte do coletivo. Sinto que não consigo andar com calma ou usar uma pulseira como esta“, explica ele, apontando para uma bandeira de arco-íris em seu pulso. “Eles se viram, gritam com você, olham para você com raiva... É hora de dizer basta!.”
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