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segunda-feira, 16 de julho de 2018

MILK UM LIDER NA LUTA CONTRA PRECONCEITOS E POR DIREITOS LGBT NOS ESTADOS UNIDOS

Atuações fantásticas fazem desse um dos melhores filmes de 2008, banhado pela sensibilidade incomparável de Van Sant.

Milk - A Voz da Igualdade vai muito além de uma simples e concreta biografia de um homem que marcou época. A estória de Harvey Milk é repleta de simbolismos, mensagens vindas daquele que entende perfeitamente o que é ser vítima da represália das pessoas para com os homossexuais. Gus Van Sant é assumidamente gay, um diretor de talento inegável, cujo trabalho em Gênio Indomável rendeu frutos, que o trouxe até aqui. Esse parece ser o filme que o diretor americano sempre quis comandar, e não à toa. Se hoje em dia ele pode andar na rua, sem (muitos) problemas, deve-se bastante a H. Milk. Bem, mesmo pra quem não viu o filme aqui sendo criticado, conhecer o mínimo da história desse ícone não é difícil. Milk morou a vida inteira em Nova York, descobriu sua verdadeira sexualidade lá e começou um relacionamento com Scott Smith. Decidido a mudar de vida (e de ares também), ele passa a viver em São Francisco junto com seu parceiro e abrem sue primeiro comércio juntos, uma loja de revelação fotográfia na Rua Castro. Milk entretanto, acaba se tornando um verdadeiro líder dos homossexuais, e vendo mais de perto as injustiças, o preconceito ainda mais nítido, ele começa a pregar seus conceitos baseados na igualdade, gerando seguidores que mais tarde tornariam seus amigos. Ele foi se tornando cada vez mais uma figura pública, motivo de esperança para muitos jovens que um dia, teriam liberdade para agir como quisessem nas ruas. Milk logo se transforma em um´homem não mais somente público, como também político, candidatando-se a cargos do governo. Depois de muitas tentatias fracassadas, ele finalmente consagra-se o primeiro ativista gay a ser eleito para um cargo público dos Estados Unidos, mas sua vida logo chegaria ao fim, quando um adversário, Dan White, mata-o a tiros de queima roupa.


Tudo isso você pode encontrar em 'Milk - A Voz da Igualdade', que transforma toda uma biografia repleta de feitos em uma lição de vida, transmitida por uma mensagem extremamente original e humana. Para tanto, Gus Van Sant foi capaz de abusar na sensibilidade, mas nunca levando o filme a uma sessão de manipulação gratuita, mas sim a uma reflexão bem construida por argumentos que salvam o filme de qualquer estereotipo do tema GLS e de qualquer apelação para a absolvição dos homossexuais. O diretor opta por um esquema que faz com que o espectador, mesmo aquele extremamente bem definido sexualmente, não se desgate com as cenas de amor entre dois homens.

O fiilme todo na verdade é de um bom gosto invejável. Desde a trilha sonora suave e bem encaixada de Danny Elfman até a história bem montada apoiada pelo tripé da poderosa direção, roteiro inteligente e atuações que beiram à perfeição. E por falar em atuações, destaca-se o talento imenso de Sean Penn, um dos atores mais completos e formidáveis em ação. Ele, que ganhou o Oscar pelo papel de Harvey Milk e alguns anos atrás pelo seu vingativo (ex-presidiário) personagem em Sobre Meninos e Lobos comprova mais uma vez que é um ator capaz de grandes performances, uma melhor que a outra. E ele não está só, apesar do destaque inegável que tem no filme, Emile Hirsh brilha intensamente, assim como o indicado ao Oscar e controlado Josh Brolin, em um papel bem mais exigente que aquele em Onde os Fracos Não Têm Vez. James Franco surpreende pela coragem e atua de forma discreta, mas convincente. 'Milk - A Voz da Igualdade' disputa acirradamente o prêmio de Melhor Elenco do ano, por convenção, obviamente. 

'Milk' tem também um roteiro extremamente coerente. Não-linear, Dustin Lance Black escreve de uma forma que possibilita encaixar cenas reais, uma exploração mais profunda da vida íntima de Harvey Milk sem apelar pro exagero, nem pra discussões de relacionamento desnecessárias. 

Enfim, Milk - A Voz da Igualdade vai muito além de ser somente uma biografia de alguém que fez muito pelo povo (neste caso, por um povo específico), é uma lição de vida, carregada pela emoção das atuações, pela sensibilidade do diretor e pela inteligência e bom senso do roteirista. Um filme imperdível e uma verdadeira aula de cinema, apesar de esperar um pouco mais, é excelente do mesmo jeito.


FONTE: Por Vinícius Cavalheiro

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