RADIOS HOMO FORA FOBIA

domingo, 18 de novembro de 2012

HOMOFOBIA CONTRA GAROTO DE 15 ANOS NA ESCOLA


Vítima de homofobia, aluno agredido quebra silêncio e pede respeito



"Se eu não tivesse denunciado o que fizeram comigo, meu caso iria acabar como mais uma estatística da violência contra os gays no Brasil", é assim que o estudante C.T., de apenas 15 anos, resume o drama vivido em uma escola pública de Santo Ângelo, no interior do Rio Grande do Sul. Em um e-mail enviado à Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) poucos dias depois de ser agredido por um colega de aula, ele contou que sentia vontade de morrer. "Às vezes eu sinto que ninguém gosta de mim e que a única solução é me matar", escreveu na mensagem que foi divulgada em todo o País.


Dois meses depois de ser agredido com chutes e pontapés pelo colega de aula, o adolescente disse que enviou o e-mail como uma forma desesperada de romper com o silêncio comum às vítimas da homofobia em busca de respeito. C.T. e sua mãe, que preferiu não divulgar o nome para preservar o filho, receberam o Terraem sua casa, na cidade de Santo Ângelo, localizada a 450 km de Porto Alegre. Pedagoga, a mãe disse que ela e o marido levaram um choque quando souberam que o adolescente havia sido agredido na escola.
"Foi um grande susto, mas desde o primeiro momento decidimos apoiar o nosso filho", contou a mulher ao afirmar que não sabia que o adolescente sofria bullying dos colegas. "A parte física não foi tão forte, foram alguns chutes e socos. Isso passou. Mas o pior foi o lado emocional. Ele tem pesadelos quase todas as noites e agora precisa de acompanhamento psicológico", disse sobre o único filho.
A família de C.T. registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil após a agressão. O colega de aula, da mesma idade, foi ouvido, assim como educadores da escola, que foram acusados de omissão. "Os professores sabiam o que acontecia comigo e tapavam os olhos. Vários colegas faziam piadinha comigo e eles não faziam nada", disse o estudante. "Normalmente, os professores não querem se envolver, não pensam que é algo sério. Acham que é só uma brincadeira de adolescente. Mas no meu caso, o resultado dessas 'brincadeiras' foi a agressão. O meu colega começou a me bater na saída da aula e disse que tinha uma faca para me matar. Tinha um monte de gente em volta olhando, e ninguém fez nada".
Segundo a responsável pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Santo Ângelo, Elaine Maria da Silva, a investigação foi concluída em abril e encaminhada ao Ministério Público. A delegada disse que o resultado não pode ser divulgado por envolver menores de idade. Para C.T., a sensação é de impunidade: "Todo mundo sabe quem eu sou nessa cidade, apesar de ter pessoas que me apoiam, muita gente passa por mim e me reprova. A minha vida mudou muito, tenho medo de sair na rua e ser agredido de novo. Para ele (o agressor), a vida continua a mesma, ou até melhor porque ele foi tratado como herói. Uma prova disso é que semanas depois da agressão ele foi eleito líder da turma", lamenta o adolescente, que estudava no 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Onofre Pires.
Além do medo, ele precisou enfrentar várias mudanças após denunciar a agressão. A família o matriculou em uma escola particular da cidade. Ele também recebe acompanhamento de duas psicólogas: uma do novo colégio e outra contratada pela Secretaria de Educação do Estado. Apesar do sofrimento, C.T. não se arrepende em ter tornado pública sua história. "Fiz isso como uma garantia para que meu caso não fosse negligenciado".
A direção da escola Onofre Pires, onde ocorreu a agressão, disse que o caso está sob responsabilidade do Ministério Público e que não vai comentar as denúncias do aluno. Já a Secretaria Estadual da Educação informou que presta toda a assistência ao jovem e a sua família, com o acompanhamento da psicóloga.
A atitude desse menino é uma exceção, diz pesquisadora
Coordenadora da Área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, Miriam Abramovay afirma que a história de C.T. é uma exceção no Brasil. "Ele é uma exceção porque reagiu. Foi para os jornais, falou com os governos, com os movimentos sociais. Isso tudo é fruto de uma consciência política muito forte. A maioria dos adolescentes que passa pela mesma situação acaba silenciando. O medo e a vergonha de se sentir culpado por ser diferente faz com que não reajam à violência", explica Abramovay, autora de diversos livros e pesquisadora sobre a violência nas escolas.
Segundo ela, a falta de reação contra o bullying homofóbico causa diversos danos, como o isolamento social, falta de interesse nos estudos e, em alguns casos mais extremos, leva até ao suicídio. "A escola trabalha na lei do silêncio, e não do diálogo. Quanto menos tiver que fazer melhor. Acontecem 800 casos iguais por dia, mas a escola finge que não é nada sério", lamenta a especialista. Ela afirma ainda que os educadores estão despreparados para lidar com a sexualidade e diversidade de gênero e que a falta de uma política pública voltada para discutir a homofobia dentro das escolas impede avanços. "Temos que colocar mais energia nisso. Já existem algumas ações isoladas, mas ainda é algo muito tímido, que precisa ser reforçado", afirma ao destacar a importância da capacitação dos professores para lidar com a violência homofóbica.
Para C.T., que sonha em ir para uma cidade maior estudar medicina ou jornalismo, as escolas públicas ainda não estão preparadas para lidar com a homofobia. "Na minha escola nova, que é particular, eu percebo que os professores são mais capacitados, não tem tanto preconceito. Mas no geral, acho que falta muita informação. Eu acredito muito que o preconceito acaba quando as pessoas conhecem o assunto. Elas deixam de acreditar em crendices, passam a perceber que os gays são pessoas iguais a todas as outras", disse ao Terra.
C.T. finalizou citando o kit de combate a homofobia que seria distribuído nas escolas públicas e que foi vetado pela presidente Dilma no ano passado. "O veto ocorreu por causa da pressão da bancada evangélica, mas eu espero que os políticos parem com essa hipocrisia de negar que o problema da homofobia existe e tomem uma providência logo", declarou o adolescente ao destacar que a população LGBT precisa ter seus direitos respeitados.
 ANGELA CHAGAS


Direto de Santo Ângelo

3° PARADA GAY DE PETROLINA-PE


foto portal de Gonzaga patriota

Pelo terceiro ano consecutivo a cidade de Petrolina, Sertão do São Francisco dá exemplo ao garantir no calendário de eventos, atividades que visam contribuir para a construção e consolidação da cidadania plena da população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
Com o tema: “Respeito e Cidadania: Petrolina contra a Homofobia” a IIIª Semana da Diversidade, que acontece no período de 09 a 11/11/2012 garante a programação com atividades diversificadas: seminários, rodas de diálogo, debates, serviços de orientação e encaminhamento de denúncias de violação de direitos humanos LGBT, dentre outros.

A atividade mais esperada pela população LGBT de Petrolina e adjacências é a IIIª Parada da Diversidade de Petrolina que será realizada no próximo dia 11/11/2012, concentração na Praça das Algarobas, às 17h.
Todas as ações são realizadas pela Associação da Parada da Diversidade de Petrolina e contam com o apoio e a parceria do Governo de Pernambuco através da Assessoria Especial do Governador para a Diversidade Sexual e do Centro Estadual de Combate a Homofobia, além do apoio da Prefeitura de Petrolina.
Fonte: blog de Geraldo Jose

O FILME PREMIADO TEUS OLHOS MEUS OLHOS





Teus olhos meus” conta a história de Gil e Otávio. O primeiro é órfão, criados pelos tios e sempre teve uma vida regada a poesia, álcool e violão. O outro é um produtor musical que tem um surto de ciúmes e manda o companheiro ir embora sem motivos.
O caminho dos dois se cruzam após Gil travar uma guerra familiar. Sem rumo, dinheiro ou apoio dos amigos, o jovem de 20 anos encontra o homem que vai mudar seu destino para sempre. Assista ao trailer!
O elenco conta com nomes importantes como Paloma Duarte, Roberto Bom tempo  Jayme Matarazzo, Graziella Schmitt, Emílio Dantas e Remo Rocha. Além de participação de Maria Gadú e O Teatro Mágico na trilha sonora e pequenas participações no enredo.
“Teus olhos meus” demorou um ano para ser gravado e editado, mas o sucesso não demorou tanto a chegar. A produção ganhou quatro prêmios no 4º Los Angeles Brazilian Film Festival e recentemente Melhor Longa de ficção brasileiro na 35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Fonte: PAROU TUDO


A BAHIA SEGUE DECISÃO DO STF


A Bahia legalizou  dia 10/11/2012 o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. A partir de 26 de novembro os casais LGBT que desejarem se casarem basta se dirigirem ao cartório mais próximo para dar início ao processo. A medida assinada pela desembargadora Ivete Caldas, corregedora geral da justiça e pelo desembargador Antônio Pessoa Cardoso, corregedor das comarcas do interior do estado da Bahia, foi publicada no Diário Oficial da Justiça nesta quinta-feira é considerada um avanço importante para a qualidade de vida dos LGBT em todo o Estado.
A medida tem base a decisão do STF que reconheceu em 2010 as uniões entre pessoas do mesmo sexo como núcleos familiares e autorizou os cartórios a realizarem o registro das uniões e emissão da declaração pública de união entre as duas pessoas. Antes para o processo de casamento os casais eram, após a certidão, obrigados a ingressarem na justiça para obterem esse reconhecimento, agora não é preciso mais isso, a lei mudou. O diferente de antes é que agora o provimento permite aos casais que possam realmente casar-se e as pessoas podem fazerem diretamente o processo de habilitação conforme o Tribunal de Justiça da Bahia no cartório.

Ex-presidiário larga as drogas e faz sucesso na internet com ‘TV GLS’



ELIAS DO CARMO SUA HISTÓRIA

O talento para a comunicação acompanha Elias do Carmo, de 37 anos, desde a infância. Ele começou a brincadeira com uma caixa de isopor, que fingia ser uma câmera, e um microfone para entrevistar a comunidade. Mais de 20 anos depois, Elias criou a TV GLS e já acumula mais de 50 mil visualizações no Youtube. Ele aproveita a nova ocupação para superar diversas dificuldades, como as drogas e a constatação de que é soropositivo.
Natural de Pernambuco, Elias do Carmo vive em Santos, no litoral de São Paulo, desde que era bebê. Como os pais eram pobres, eles moravam na rua. Com isso, Elias e os irmãos foram recolhidos e levados para um orfanato. Aos finais de semana, ele visitava os pais na favela Caldeirão do Diabo, atualmente conhecida como Vila Santa Casa. Foi nesta comunidade, onde vive até hoje, que Elias começou a brincar de repórter. Ele improvisou uma caixa de isopor para usar como câmera e, com este aparato, questionava aos moradores quais eram os problemas da comunidade. “A TV GLS começou com um sonho. Sempre fui um artista popular na minha comunidade. Meu dom artístico sempre foi satirizar o cotidiano”, afirma Elias.
Pouco tempo depois, Elias passou a trabalhar na rádio Tam Tam, em Santos. Nesta época, resolveu comprar um celular com câmera, para que as reportagens ficassem mais sérias. Os vídeos eram jogados no Youtube e, algumas semanas depois, passaram a ser acessados frequentemente. Em 2010, ele resolveu criar, oficialmente, a TV GLS. “Eu resolvi investir em algo para esse público, que sofre muito preconceito. De início achei que não ia dar certo, por causa da sigla da TV. Coloquei esse nome porque eu sou gay. Achei que ia ser criticado, que iria ser agredido, apanhar. Mas, por incrível que pareça, hoje meu público alvo não é gay. Muitos héteros e crianças me acompanham. Recebo ligações do Brasil todo para cobrir eventos”, diz Elias. Ele explica que a TV GLS cobre qualquer tipo de evento, de cunho social, cultural ou de entretenimento.
Atualmente, Elias trabalha com uma câmera 3D, e acumula a função de cinegrafista e repórter. Para Elias, o trabalho com a TV GLS é uma reviravolta em sua vida. “Eu fico impressionado com a proporção que as coisas tomaram. Eu só estudei até a 7ª série, fui faxineiro durante toda a minha vida”, afirma. Elias, que é portador do vírus da aids, vive com a verba de um auxílio doença. Ele conta que já foi dependente químico e traficante. “Cumpri mais de dois anos de pena e posso afirmar que a cadeia foi essencial para eu me redimir, refletir sobre a vida a abandonar o vício e o crime. Por isso sempre falo que a TV GLS é a reviravolta em minha vida, é a minha terapia, que me mantém ocupado e me dá prazer”, relata.
Elias comenta que as pessoas o abordam para parabenizá-lo pela atitude. “Eu não sei distinguir direito como é esse fenômeno, porque eu não passei da 7ª série. Sou ex-usuário de drogas, depois me tornei um traficante, fui condenado, sai da cadeia e criei a TV GLS. Ela é minha salvação, tem me dado um avanço muito importante para o meu tratamento”, diz Elias. Atualmente, o maior sonho do repórter é registrar o projeto, com um número de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
do G1
por Anna Gabriela Ribeiro

Estudantes cristãos estão sofrendo bullying


Estudantes cristãos de uma escola estadual de Manaus, que se recusaram a fazer um trabalho sobre a cultura afro-brasileira dizem que estão sendo vítimas de bullying na instituição de ensino.
O motivo seria a recusa do grupo em participar de feira cultural da escola, que segundo os alunos, teriam de representar e defender o conteúdo de obras literárias que fazem referência à homossexualidade e ao candomblé.
A professora da escola, na zona norte, coordena o projeto para preservar a identidade etno-cultural brasileira, proposto aos alunos do ensino médio há sete anos. Obras literárias como Tenda dos Milagres e Jubiabá, de Jorge Amado, que retratam a cultura afro são lidas durante a feira, e os alunos devem mostrar o que assimilaram.
“O objetivo do nosso trabalho não é trabalhar a questão religiosa, mas sim levar o conhecimento dos nossos alunos, a formação, a contribuição dos valores culturais, que foi deixada pelos nossos antepassados. Negros, índios, a formação cultural”, disse a professora Nonata Neves.
Mas o grupo de 14 estudantes cristãos se recusou a participar da feira, pois, segundo Kimberly Alves, os livros fazem referência a rituais e condutas sexuais que afrontam os valores dela. “Os livros que estavam propostos para nós lermos e defendermos, falava mais a respeito de candomblé e homossexualismo, muito mais do que a cultura. Aí já está errado, e na feira cultural é defender a homossexualidade, é defender o candomblé, aí já é demais, a opinião do grupo é não concordar com isso.”
Sem nota na avaliação, os alunos querem fazer um trabalho alternativo com o conteúdo sugerido por eles, para não ficarem prejudicados, mas a ideia foi negada pela escola. “Se continuar do jeito que está, a questão até poderemos ficar sem nota, ou então sermos prejudicados por nota baixa, e isso prejudicaria nossa entrada nos vestibulares como o processo seletivo da UFAM, ou até mesmo da UEA”, conta a estudante.
“A nossa postura é que eles terão que fazer uma prova, pelo menos uma prova em cima dos livros que eles lerão”, afirmou a diretora da escola, Isabel Carvalho.
A Coordenação Amazônica da Religião de Matriz Africana e Ameríndia, por meio do presidente Alberto Jorge, diz que o grupo de jovens é influenciado por alguns pais e pastores, e vai denunciar o caso ao Ministério Público Federal por intolerância religiosa e racial.
“Preferiram montar uma tenda evangélica na frente da escola juntamente com os pastores e fizeram uma incitação ao ódio cometeram crime de injúria, cometeram crime de racismo que vai de encontro ao próprio estatuto da igualdade racial.”
O pastor Vitor Luiz diz que a igreja não prega o preconceito, mas defende a posição dos estudantes. “Não é da cultura afro-brasileira, não é questão disso. É as práticas erradas que eles cometem, e nós é que somos errado.”
Diante da polêmica, os alunos contam que estão sofrendo discriminação na escola por parte de professores e colegas. “Porque uma coisa é discordar, opinião, agora não podemos mais ter opinião no Brasil, o que é isso? Só porque nossa opinião é diferente tem que ser tachada como intolerante.”
“Em nenhum momento em pensava que um trabalho voltado para literatura brasileira, obras clássicas, fosse causar tanta polêmica como está acontecendo”, disse a professora.
do Cenário MT
por Yano Sérgio

Marta Suplicy cria Comitê de Cultura LGBT no ministério


Ações visam combater a homofobia e promover direitos humanos, segundo texto publicado hoje no Diário Oficial da União
A ministra da Cultura MartaSuplicy (PT) criou o Comitê Técnico de Cultura para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT). A decisão foi publicada hoje (12) no Diário Oficial da União. Aocomitê competirá “apresentar subsídios técnicos e políticos para apoiar a implementação de políticas culturais voltadas para a população LGBT e demais grupos da diversidade sexual.”
Segundo a publicação, o foco do Comitêserão ações que fomentam e valorizam manifestações e expressões artísticas do grupo, sempre visando o combate ao preconceito e à homofobia. Além disso, será estimulada a produção de conhecimento sobre a cultura LGBT.
“Queremos deixar claro para a sociedade que há uma cultura produzida por este grupo e que a cultura é também um meio de combate à homofobia”, explica Thais Werneck,  da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC).
Segundo ela, a pasta vem trabalhando em ações com o segmento LGBT desde 2004, quando foi criado o programa Brasil Sem Homofobia, com o objetivo de promover os direitos humanos do grupo. “Já tínhamos ações voltadas para a valorização e o fomento à cultura do segmento”.
Coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), o principal eixo do Brasil Sem Homofobia é o apoio a projetos de fortalecimento de instituições não-governamentais que atuam na promoção da cidadania LGBT e no combate à homofobia.
Foi por uma solicitação do próprio movimento LGBT, que reivindicou junto ao MinC a criação de um grupo técnico deespecialistas, que o Comitê foi criado. Thais ressalta que as ações serão pensadas em conjunto com a sociedade.
Entre os integrantes do Comitê, além de pessoas ligadas ao próprio MinC e à Presidência da República, serão indicados dois representantes do meio acadêmico que tenham como foco de estudo a cultura LGBT e cinco representantes da sociedade de notório conhecimento e atuação na área.
A indicação destes representantes será feita via chamada pública, que deve ser publicada no Diário Oficial da União ainda nesta semana. “Após prazo para as inscrições, a SCDC/MinC irá analisar os currículos e indicar os nomes para a ministra”, explica Thais.
Para o Ministério, o universo LGBT tem um modo próprio de se expressar artisticamente. “A cultura é o modo de ver ede se comportar diante do mundo”, afirma Thais. A parada do orgulho LGBT, que acontece anualmente em algumas cidades do país, como São Paulo, Juiz de Fora e Brasília, está entre uma das iniciativas apoiadas pelo MinC.
Entre os 16 integrantes do Comitê serão convidados representantes da Secretaria da Cidadania e da DiversidadeCultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC), da Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura(SPC/MinC), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), da Secretaria de Políticas dePromoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR), da Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR) e da Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República (SNJ/PR).
Também irá compor o Comitê um representante do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (CNCD-LGBT), além dos representantes da sociedade.
A Cartilha colorida!

E a briga continua, tudo por causa de uma cartilha. Mas não estamos falando de uma cartilha qualquer, e sim uma “cartilha gay”. Antes mesmo do projeto ser apresentado oficialmente, veio a tona de forma escabrosa, causando polêmicas e discussões sem tamanho. Como já é de costume em uma sociedade com déficit de Educação, lá está ele dando sua parcela de contribuição: o Preconceito. Pais preocuparam-se com a “homossexualização” de seus filhos, deputados se agredindo para defender conceitos morais e éticos que não praticam mas defendem, enquanto isso o projeto e seu objetivo ficaram lá, restrito apenas aqueles que o criaram e alguns outros ativantes dos direitos humanos.
Certo ou Errado?
A questão não é essa. Enquanto pessoas discutem se deve ou não haver uma “cartilha-gay”, não entrou em pauta a Eficiência da mesma. Em todo caso, o fato de haver uma cartilha para esse propósito classifica os homossexuais em grupos, tratando como diferentes aqueles que lutam para serem vistos como iguais.
As crianças não precisam de cartilha para entender que homossexuais são iguais a todos. O que precisa é de uma Educação formal de primeiro mundo. Precisam de disciplinas como Sociologia para aprenderem conviver em sociedade, cobrar seus direitos e conhecer seus deveres.
Filosofia para refletir sobre as coisas, compreender a Razão, o que é ser Ético e Moral.
Antropologia para o compreendimento da pluralidade cultural, entendendo que as pessoas possuem suas diferenças, mas continuam sendo seres humanos, independente de sua cultura.
Enquanto os valores continuarem distorcidos nesse país, viveremos compartilhando conflitos e guerras sociais que crescem a cada dia.
“Antes de querer mudar o país, dê três voltas dentro de sua casa”.

COMBATE A HOMOFOBIA


Pesquisa mostra que apenas 79 cidades têm legislação de combate à homofobia




RIO DE JANEIRO: Apenas 79 municípios brasileiros têm legislação de combate à homofobia, de um total de 5.565 analisados em 2011. É o que mostra a Pesquisa de Informações Básicas Municipais – Perfil dos Municípios (Munic), divulgada hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados indicam que somente 486 cidades adotam ações para o enfrentamento da violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). Segundo o levantamento, 14% dos órgãos gestores de políticas de direitos humanos têm programas para a população LGBT, 99 reconhecem os direitos dessas pessoas e 54 têm lei para o reconhecimento do nome social adotado por travestis e transexuais.
Em relação a projetos ou ações voltadas à infância e à adolescência, a pesquisa mostra que 5.358 têm esse tipo de iniciativa, com destaque para o combate ao trabalho infantil, a promoção do lazer, o atendimento à criança e ao adolescente com deficiência e o enfrentamento à violência sexual. Nos 5.077 municípios que têm programas destinados aos idosos, os principais pontos são a promoção da saúde e a acessibilidade em espaços públicos e no transporte.
A gerente da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, Vânia Pacheco, destaca  que, por outro lado, poucos municípios têm programas voltados para a população de rua.
“Crianças, adolescentes e idosos são os principais alvos de políticas municipais de direitos humanos. Mas só 24,7% dos municípios executam alguma ação para a população em situação de rua. Não são todos os municípios que têm esse problema, são os mais populosos e de regiões metropolitanas. Mas já são 1.373 [as cidades] que declararam que têm algum programa ou ação.”
Com relação a pessoas com deficiência, 3.759 municípios (67,5% do total) declararam ter política específica na área. Segundo a pesquisa, a acessibilidade a espaços públicos de esporte e lazer aparece em 61,1% das cidades e a distribuição de órteses e próteses, 50,8%. Já as políticas de trabalho e renda estão presentes em apenas 25,9% e a acessibilidade no transporte público ocorre em 26,9%.
Somente 97 municípios tinham, no ano passado, legislação permitindo a entrada de cão-guia em espaços públicos fechados e 290 prefeituras liberavam o acesso deles aos seus prédios.
Quanto o assunto é adolescente em conflito com a lei, 17,7% dos municípios declararam ter Plano de Atendimento Socioeducativo. O número de cidades com centros de internação para esses jovens caiu de 482, em 2009, para 465 em 2011.
por Akemi Nitahara
edição Juliana Andrade

Jean Wyllys responde a Revista Veja


Eu havia prometido não responder à coluna do ex-diretor de redação de Veja, José Roberto Guzzo, para não ampliar a voz dos imbecis. Mas foram tantos os pedidos, tão sinceros, tão sentidos, que eu dominei meu asco e decidi responder.
A coluna publicada na edição desta semana do libelo da editora Abril — e que trata sobre o relacionamento dele com uma cabra e sua rejeição ao espinafre, e usa esses exemplos de sua vida pessoal como desculpa para injuriar os homossexuais — é um monumento à ignorância, ao mau gosto e ao preconceito.
Logo no início, Guzzo usa o termo “homossexualismo” e se refere à nossa orientação sexual como “estilo de vida gay”. Com relação ao primeiro, é necessário esclarecer que as orientações sexuais (seja você hétero, lésbica, gay ou bi) não são tendências ideológicas ou políticas nem doenças, de modo que não tem “ismo” nenhum. São orientações da sexualidade, por isso se fala em “homossexualidade”, “heterossexualidade” e “bissexualidade”. Não é uma opção, como alguns acreditam por falta de informação: ninguém escolhe ser homo, hétero ou bi.
O uso do sufixo “ismo”, por Guzzo, é, portanto, proposital: os homofóbicos o empregam para associar a homossexualidade à ideia de algo que pode passar de uns a outros – “contagioso” como uma doença – ou para reforçar o equívoco de que se trata de uma “opção” de vida ou de pensamento da qual se pode fazer proselitismo.
Não se trata de burrice da parte do colunista portanto, mas de má fé. Se fosse só burrice, bastaria informar a Guzzo que a orientação sexual é constitutiva da subjetividade de cada um/a e que esta não muda (Gosta-se de homem ou de mulher desde sempre e se continua gostando); e que não há um “estilo de vida gay” da mesma maneira que não há um “estilo de vida hétero”.
A má fé conjugada de desonestidade intelectual não permitiu ao colunista sequer ponderar que heterossexuais e homossexuais partilham alguns estilos de vida que nada têm a ver com suas orientações sexuais! Aliás, esse deslize lógico só não é mais constrangedor do que sua afirmação de que não se pode falar em comunidade gay e que o movimento gay não existe porque os homossexuais são distintos. E o movimento negro? E o movimento de mulheres? Todos os negros e todas as mulheres são iguais, fabricados em série?
A comunidade LGBT existe em sua dispersão, composta de indivíduos que são diferentes entre si, que têm diferentes caracteres físicos, estilos de vida, ideias, convicções religiosas ou políticas, ocupações, profissões, aspirações na vida, times de futebol e preferências artísticas, mas que partilham um sentimento de pertencer a um grupo cuja base de identificação é ser vítima da injúria, da difamação e da negação de direitos! Negar que haja uma comunidade LGBT é ignorar os fatos ou a inscrição das relações afetivas, culturais, econômicas e políticas dos LGBTs nas topografias das cidades.
Mesmo com nossas diferenças, partilhamos um sentimento de identificação que se materializa em espaços e representações comuns a todos. E é desse sentimento que nasce, em muitos (mas não em todas e todos, infelizmente) a vontade de agir politicamente em nome do coletivo; é dele que nasce o movimento LGBT. O movimento negro — também oriundo de uma comunidade dispersa que, ao mesmo tempo, partilha um sentimento de pertença — existe pela mesma razão que o movimento LGBT: porque há preconceitos a serem derrubados, injustiças e violências específicas contra as quais lutar e direitos a conquistar.
A luta do movimento LGBT pelo casamento civil igualitário é semelhante à que os negros tiveram que travar nos EUA para derrubar a interdição do casamento interracial, proibido até meados do século XX. E essa proibição era justificada com argumentos muito semelhantes aos que Guzzo usa contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Afirma o colunista de Veja que nós os e as homossexuais queremos “ser tratados como uma categoria diferente de cidadãos, merecedora de mais e mais direitos”, e pouco depois ele coloca como exemplo a luta pelo casamento civil igualitário. Ora, quando nós, gays e lésbicas, lutamos pelo direito ao casamento civil, o que estamos reclamando é, justamente, não sermos mais tratados como uma categoria diferente de cidadãos, mas igual aos outros cidadãos e cidadãs, com os mesmos direitos, nem mais nem menos. É tão simples! Guzzo diz que “o casamento, por lei, é a união entre um homem e uma mulher; não pode ser outra coisa”. Ora, mas é a lei que queremos mudar! Por lei, a escravidão de negros foi legal e o voto feminino foi proibido. Mas, felizmente, a sociedade avança e as leis mudam. O casamento entre pessoas do mesmo sexo já é legal em muitos países onde antes não era. E vamos conquistar também no Brasil!
Os argumentos de Guzzo contra o casamento igualitário seriam uma confissão pública de estupidez se não fosse uma peça de má fé e desonestidade intelectual a serviço do reacionarismo da revista. Ele afirma: “Um homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode se casar”. Eu não sei que tipo de relação estável o senhor Guzzo tem com a sua cabra, mas duvido que alguém possa ter, com uma cabra, o tipo de relação que é possível ter com um cabra — como Riobaldo, o cabra macho que se apaixonou por Diadorim, que ele julgava ser um homem, no romance monumental de Guimarães Rosa. O que ele, Guzzo, chama de “relacionamento” com sua cabra é uma fantasia, pois falta o intersubjetivo, a reciprocidade que, no amor e no sexo, só é possível com outro ser humano adulto: duvido que a cabra dele entenda o que ele porventura faz com ela como um “relacionamento”.
Guzzo também argumenta que “se alguém diz que não gosta de gays, ou algo parecido, não está praticando crime algum – a lei, afinal, não obriga nenhum cidadão a gostar de homossexuais, ou de espinafre, ou de seja lá o que for”. Bom, nós, os gays e lésbicas, somos como o espinafre ou como as cabras. Esse é o nível do debate que a Veja propõe aos seus leitores.
Não, senhor Guzzo, a lei não pode obrigar ninguém a “gostar” de gays, lésbicas, negros, judeus, nordestinos, travestis, imigrantes ou cristãos. E ninguém propõe que essa obrigação exista. Pode-se gostar ou não gostar de quem quiser na sua intimidade (De cabra, inclusive, caro Guzzo, por mais estranho que seu gosto me pareça!). Mas não se pode injuriar, ofender, agredir, exercer violência, privar de direitos. É disso que se trata.
O colunista, em sua desonestidade intelectual, também apela para uma comparação descabida: “Pelos últimos números disponíveis, entre 250 e 300 homossexuais foram assassinados em 2010 no Brasil. Mas, num país onde se cometem 50000 homicídios por ano, parece claro que o problema não é a violência contra os gays; é a violência contra todos”. O que Guzzo não diz, de propósito (porque se trata de enganar os incautos), é que esses 300 homossexuais foram assassinados por sua orientação sexual! Essas estatísticas não incluem os gays mortos em assaltos, tiroteios, sequestros, acidentes de carro ou pela violência do tráfico, das milícias ou da polícia.
As estatísticas se referem aos LGBTs assassinados exclusivamente por conta de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero! Negar isso é o mesmo que negar a violência racista que só se abate sobre pessoas de pele preta, como as humilhações em operações policiais, os “convites” a se dirigirem a elevadores de serviço e as mortes em “autos de resistência”.
Qual seria a reação de todas e todos nós se Veja tivesse publicado uma coluna em que comparasse negros e negras com cabras e judeus com espinafre? Eu não espero pelo dia em que os homens e mulheres concordem, mas tenho esperança de que esteja cada vez mais perto o dia em que as pessoas lerão colunas como a de Guzzo e dirão “veja que lixo!”.
por Jean Wyllys, no blog Escrevinhador
Jean Wyllys é Deputado Federal (PSOL-RJ)
AGENCIA LGBT BRASIL

DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A HOMOFOBIA

LGBTQIAPN+ A LUTA CONTINUA O   17 de maio   é o   Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia . Essa data tem como ob...