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sexta-feira, 1 de março de 2013

O MUNDO ANTIGO E A HOMOSSEXUALIDADE


HOMOSSEXUALIDADE NA HISTÓRIA

Para um bom entendimento da história da homossexualidade é necessário uma analise crítica das mais diversas culturas, pois as formas com que as sociedades reagem a estas questões ou mesmo como a homossexualidade se apresenta variam entre as diversas culturas.
Segundo Aranha & Martins (2000) a palavra cultura possui vários significados, podendo ser entendida, de um ponto de vista antropológico, como as práticas, as teorias, as instituições, os valores materiais e espirituais e tudo que o homem produz ao construir a sua existência.
Assim, os relatos mais antigos sobre a homossexualidade existente na história de construção das sociedades ocidentais consta no livro de Gênesis, cap 18 e 19 da Bíblia, onde a cidade de Sodoma foi destruída em decorrência do alto grau de promiscuidade em que vivia a sua população, tendo como característica fundamental o conflito entre Ló e alguns homens que buscavam ter relações sexuais com os anjos enviados por Deus. Mesmo havendo questionamentos sobre a veracidade desses fatos, pode-se perceber que as sociedades hebraicas já convivam com a ideia de homossexualidade.

Outra fase da história que possibilita compreender a homossexualidade através do processo histórico foi o apogeu das civilizações gregas onde se encontra a prática pederasta como algo normatizado. Segundo Bremmer (1991) na Grécia antiga ocorria o que se denomina pederastia, que consiste em uma relação entre homens adultos e jovens ou adolescentes, em que o homem mais velho iniciava o homem mais novo na vida sexual. Nessa experiência ele dava armaduras e outros objetos, que os gregos valorizavam, para um homem. Essa iniciação acontecia através de um rapto. Nele, os amigos daquele iniciado auxiliavam o pederasta naquilo que resultaria um ato sexual, com complacências passivas. Na Grécia, os rapazes que não eram raptados e, portanto não possuíam uma iniciação por um pederasta eram considerados pobres coitados, vítimas dessa desgraça - a de não possuir um amante e assim não passar por um ritual de iniciação. A contrapartida mítica desses rapazes é Ganimedes, filho de um rei troiano, raptado por Zeus para tornar-se seu copeiro e seu amado (BREMMER, 1991). Assim, com esse registro observa-se que no contexto da Grécia Antiga era vergonhoso não possuir um amante mais velho do mesmo sexo.
Em algumas cidades como Esparta, a pederastia era regulamentada por lei que punia aqueles que não escolhiam um rapaz para ser seu amado. Bremmer também relata que em alguns vasos, que circulavam nos banquetes aristocráticos era possível ver cenas pederastas. No período grego arcaico, também ocorriam em algumas regiões da Grécia, relações entre mulheres mais velhas e garotas, similares às relações pederásticas masculinas. Existem vasos da ilha grega de Thera que retratam duas mulheres fazendo gestos convidativos uma a outra (LARDINOIS, 1991). Portanto, esse tipo de relação simbolizava uma passagem importante na vida sexual e social dessas pessoas que estavam sendo iniciadas, seja homem ou mulher.
A homossexualidade feminina também pode ser analisada a partir da história do próprio surgimento do termo lesbianismo que é explicado por Lardinois (1995) quando diz que a origem da palavra lésbica pode possuir ligação com a ilha de Lesbos, onde a poetiza Safo, por volta de 600 a.C., escrevia cartas e canções que continham descrições das belezas de garotas. Não há traços de amor físico em suas poesias, porém estas apresentam fragmentos que possibilitam a compreensão de que ela possuía atração física por mulheres. Inicialmente a palavra lésbica era utilizada para as mulheres que moravam em Lesbos. A partir do período Clássico conotações eróticas passaram a ser associadas a ela. É provável que a poesia de Safo tenha contribuído para tal mudança. O desenvolvimento dessa palavra pode servir como evidência para as reações à poesia de Safo. Sua poesia foi comparada com a de pederastas da Antiguidade.
No Império romano, segundo Veyne (1995), o comportamento homossexual era reprovado de modo similar à reprovação das cortesãs e das ligações extraconjugais, quando se tratava de homossexualidade ativa. Sua obra relata ainda que era inocente penetrar um escravo, entretanto era monstruoso da parte de um cidadão ser penetrado por um escravo. Após a queda do império romano e a entrada da sociedade na fase conhecida como Idade Média, há uma restrição das produções históricas, pois a maior parte da população não sabia ler ou escrever.
Com o desenvolvimento da civilização européia muita coisa mudou no cenário mundial, um dos fatos mais relevantes foram as expansões marítimas, que ampliaram o campo de dominação da cultura ocidental, por meio de um processo de colonização donde surgiram novas nações dentre elas o Brasil. O Brasil foi descoberto no ano de 1500 por exploradores portugueses e conviveu com um processo escravocrata durante um grande período de muitos relatos, que permite perceber a existência da homossexualidade. Moura (2004) afirma que os “senhores de valia ”, donos de escravos que possuíam “importância” na sociedade eram fortemente punidos ao serem denunciados por praticarem a “sodomia ”, pois esse era considerado um crime mais grave do que a bigamia ou adultério. Em contrapartida, os escravos negros na mesma situação não sofriam tais conseqüências por serem considerados mercadorias.
Através do relato apresentado podemos dizer que o Brasil convive com a homossexualidade há muito tempo. Entretanto, as relações entre homossexuais e heterossexuais são conflituosas até hoje, a ponto de existirem organizações em defesa de direitos para os homossexuais.


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