DEPOIMENTO DE UM SERVIDOR COM A IMPOSIÇÃO DA LEI DA MORDAÇA (BOCA CALADA PARA GAY)
Eu vivo essa situação em um
ambiente que outrora era acessível, hoje com mudanças em seu quadro funcional
venho recebendo a indiferença principalmente quando não sou mais coerente com
as atitudes de deboche que levava na brincadeira, deixei de “puxar o saco deles”
como se diz no ditado popular busquei com psicóloga orientação para lidar com
mais essa nova situação vinda de pessoas estranhas ao convívio na unidade que
trabalho. Eu não posso me expressar, vivo na lei da mordaça, as suas ações homofobias de meus algozes não
são verbais mais por gestos e indiferenças e desprezos, por isso peço a essa
organização sindical uma avaliação de minhas ações como servidor e possível
transferência para outra unidade, pois psicologicamente não tenho mais harmonia
nem vigor físico para aceitar essas atitudes a minha pessoa como cidadão e cumpridor
de suas tarefas como trabalhador.
DEPOIMENTO DE PESQUISADORES
SOBRE ASSÉDIOS E HOMOFOBIAS
É um processo contínuo em
que a pessoa vai tendo as suas resistências psicológicas minadas pelo
assediador, de tal modo que o constrangimento e a humilhação se tornam
características constantes do seu ambiente de trabalho. Seja por meio da
agressão vertical ou lateral, por manobras perversas, por líderes narcisistas
destrutivos ou por abuso de poder, o sujeito é invadido em sua subjetividade
pela desqualificação, pelo isolamento e pela falta da comunicação. Ainda
segundo Hirigoyen , “o assédio torna-se possível porque vem precedido de uma
desvalorização da vítima pelo perverso”. E essa desvalorização pode ainda
ocorrer quando o grupo categoriza os sujeitos e não respeita a diversidade. A
humilhação ou a violência moral não necessitam ser algo de grande visibilidade,
para estabelecer uma doença ou desequilíbrio psicológico; são os pequenos e,
muitas vezes, invisíveis constrangimentos e humilhações que acarretam perda de
significado do trabalho e nas relações lá vivenciadas.
No contexto organizacional,
o indivíduo gay é objeto de injustiças e de situações que o degradam em seu
ambiente de trabalho, tendo dificuldades em exercer seus direitos, inclusive
nas empresas em que trabalham.
É contraditório se
pensar que, por um lado, as organizações se mostram mais abertas aos
homossexuais – desde que não sejam efeminados e nem saiam do padrão social
mínimo pré-estabelecido – mas, por outro, o empregado gay teme impossível seus
efeitos e, principalmente, a omissão da empresa que, apesar de lhe conceder
alguns benefícios equivalentes aos concedidos aos heterossexuais, não o protege
de atos discriminatórios.
A homossexualidade é tema
constante de piadas e de desprezo na cena organizacional, além da discriminação
no que se refere à ascensão profissional.
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