Por que estão escritas na Bíblia determinações contrárias ao público LGBTQIA+? Qual é o significado dessas determinações na sociedade contemporânea?
A Bíblia reflete culturas e realidades de povos antigos que tinham uma visão de sexualidade, família e ordenamento social bem diferentes das nossas. Esses textos surgiram num contexto de “códigos de pureza” (leis de santidade em Levítico) e de afirmação de uma identidade nacional-religiosa (Israel separando-se das práticas pagãs ao seu redor). Naquela época, preservar a estrutura familiar tradicional e garantir a fertilidade da comunidade era questão de sobrevivência social e religiosa – daí virem proibições contra certas práticas sexuais consideradas “fora da norma”.
Os trechos mais citados são Levítico 18:22 e 20:13 (“Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher; abominação é”)[3] e Romanos 1:26-27, onde Paulo descreve paixões “contrárias à natureza”. Esses versículos serviam originalmente para regular condutas dentro de comunidades agrárias e tribais, não como diagnóstico de orientação sexual ou identidade de gênero como entendemos hoje.
Em termos sociais e políticos, usar a Bíblia contra LGBTQIA+ hoje significa muitas vezes cristalizar preconceitos em leis e costumes—refletindo uma tensão entre tradição religiosa e direitos humanos universais. Por outro lado, há movimentos cristãos inclusivos mundo afora que reinterpretam essas passagens, afirmando que o mandamento supremo de amor (amar o próximo como a si mesmo) deve prevalecer sobre os códigos cerimoniais antigos.
Como isso se aplica a você ou à sociedade local depende de qual vertente teológica, cultural ou jurídica influencia sua comunidade. Você está mais interessado em saber como diferentes igrejas abordam esse tema? Quer entender o impacto dessas visões na legislação brasileira ou global? Posso aprofundar em qualquer um desses caminhos.