O etarismo — preconceito ou discriminação com base na idade — é uma forma sutil, mas persistente de exclusão social, especialmente quando se entrelaça com outras identidades, como as da comunidade LGBTQIAPN+. Vamos explorar como enfrentá-lo de forma eficaz em três frentes: profissional, relacional e educacional.
1. No contexto profissional e institucional- Capacitação contínua: Promover treinamentos sobre diversidade etária e interseccionalidade para profissionais da saúde e gestores. Isso inclui reconhecer que pessoas LGBTQIAPN+ idosas enfrentam desafios únicos, como o medo da invisibilidade ou a necessidade de “voltar ao armário” em instituições de acolhimento.
- Políticas inclusivas: Implementar protocolos que garantam o respeito à identidade de gênero e orientação sexual em todas as faixas etárias. A Política Nacional de Saúde Integral LGBT, por exemplo, é um marco importante nesse sentido.
- Ambientes acolhedores: Criar espaços onde pessoas idosas LGBTQIAPN+ possam expressar sua identidade sem medo de julgamento ou exclusão.
2. Na relação com o grupo LGBTQIAPN+
- Valorização da vivência: Combater a ideia de que juventude é sinônimo de relevância. Homens gays, por exemplo, relatam sentir que “perdem valor” ao envelhecer, enquanto mulheres lésbicas enfrentam dupla invisibilidade — por idade e gênero.
- Redes de apoio intergeracionais: Estimular o diálogo entre gerações dentro da comunidade LGBTQIAPN+ pode fortalecer vínculos, reduzir o isolamento e promover trocas ricas de experiências.
- Representatividade: Dar visibilidade a pessoas LGBTQIAPN+ idosas em campanhas, mídias e espaços de decisão ajuda a desconstruir estereótipos e ampliar horizontes.
3. Na educação e conscientização
- Educação antietarista desde cedo: Incluir o tema nas escolas e universidades, abordando como o envelhecimento afeta diferentes grupos sociais de forma desigual.
- Campanhas públicas: Utilizar datas como o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+ (28 de junho) para promover reflexões sobre etarismo e diversidade etária.
- Produção de conhecimento: Incentivar pesquisas e publicações sobre o envelhecimento LGBTQIAPN+, como já vem sendo feito por periódicos como Saúde e Sociedade.
Combater o etarismo é, acima de tudo, um compromisso com a dignidade humana em todas as suas formas. Quer que eu te ajude a montar uma campanha, palestra ou projeto sobre isso?
Quais exemplos de campanhas já foram eficazes contra o etarismo?
Algumas campanhas recentes têm se destacado no combate ao etarismo, especialmente quando conectadas à diversidade e aos direitos humanos. Aqui vão alguns exemplos marcantes:
🏳️🌈 Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo 2025
O tema deste ano foi “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, com foco na realidade das pessoas LGBTQIAPN+ idosas. A campanha trouxe à tona questões como abandono, invisibilidade e a necessidade de políticas públicas específicas. O evento contou com apoio de marcas como Amstel, L’Oréal e Sephora, que promoveram ações de valorização da longevidade e da diversidade etária.
💜 Campanha Junho Violeta
Realizada anualmente em junho, essa campanha visa conscientizar sobre os direitos da pessoa idosa e combater a violência, incluindo o etarismo. Em 2025, destacou-se no Rio Grande do Sul, onde houve um aumento de 58% nos crimes contra idosos. A campanha promoveu atividades em centros de convivência e alertou para abusos físicos, patrimoniais e simbólicos.
🇬🇧 “Age Without Limits” – Reino Unido
Liderada pela organização Centre for Ageing Better, essa campanha internacional usa o slogan “Fique atento, desafie, mude” (“Notice it, challenge it, change it”) para incentivar a população a reconhecer e combater o etarismo em situações cotidianas — desde o ambiente de trabalho até a mídia e a saúde.
Essas campanhas mostram que o combate ao etarismo exige visibilidade, diálogo intergeracional e ações concretas. Se quiser, posso te ajudar a criar uma proposta de campanha ou atividade educativa inspirada nesses exemplos.
Qual foi o impacto dessas campanhas na sociedade?
As campanhas contra o etarismo vêm provocando mudanças significativas — ainda que graduais — na forma como a sociedade enxerga o envelhecimento e valoriza a diversidade etária.
📣 Impactos observados:
Aumento da visibilidade e do debate público: A Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo 2025, ao adotar o tema “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, trouxe à tona a realidade de pessoas LGBTQIAPN+ idosas, gerando ampla cobertura na mídia e engajamento de marcas e artistas.
Conscientização sobre violência e exclusão: A Campanha Junho Violeta de 2025 destacou o crescimento de 58% nos crimes contra idosos no Rio Grande do Sul, o que impulsionou ações em centros de convivência e maior atenção das autoridades para o tema.
Mudança de percepção cultural: A campanha britânica “Age Without Limits” revelou que muitos ainda consideram embaraçoso que pessoas com mais de 50 anos frequentem shows ou ocupem cargos de destaque. Ao desafiar esses estigmas, a campanha incentivou o público a reconhecer e confrontar o etarismo em situações cotidianas.
Engajamento de marcas e mídia: Empresas como Natura, Amstel e Sephora passaram a investir em campanhas inclusivas, produtos adaptados e representações positivas da maturidade, contribuindo para uma mudança de narrativa no marketing e na publicidade.
Esses impactos mostram que, quando bem estruturadas, campanhas contra o etarismo não apenas sensibilizam, mas também mobilizam setores diversos da sociedade. Se quiser, posso te ajudar a montar um plano de ação inspirado nesses resultados.
Que ações políticas foram influenciadas por essas campanhas?
Campanhas contra o etarismo têm impulsionado avanços políticos importantes, especialmente no Brasil. Aqui estão alguns exemplos concretos:
🏛️ Projeto de Lei 3549/2023
Apresentado na Câmara dos Deputados, esse projeto propõe o Programa Nacional de Prevenção ao Etarismo nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Ele prevê:
- Distribuição de materiais educativos gratuitos;
- Realização de campanhas, debates e dinâmicas em grupo;
- Atendimento psicológico, psiquiátrico e jurídico gratuito para vítimas de etarismo;
- Reinserção social de pessoas afetadas.
Essa proposta surgiu em um contexto de crescente conscientização pública, alimentada por campanhas como o Junho Violeta e ações voltadas à população idosa LGBTQIAPN+.
🌈 Campanha “O Brasil é de Todas as Cores” (2025)
Lançada durante a 29ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo, essa campanha do Governo Federal destacou o tema “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”. Como desdobramento político:
- O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) reforçou o compromisso com políticas públicas voltadas à velhice LGBTQIAPN+;
- Foram discutidas ações para ampliar o acesso a moradia, saúde, educação e políticas de cuidado para essa população.
Essas iniciativas mostram como campanhas de conscientização podem influenciar diretamente a formulação de políticas públicas mais inclusivas e sensíveis à diversidade etária. Se quiser, posso te ajudar a transformar essas informações em um artigo, apresentação ou proposta de projeto.
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