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terça-feira, 20 de novembro de 2012

EX-GERENTE DA LBV SAI DO ARMÁRIO



Pedro é um gay corajoso. Ele assumiu a sua homossexualidade apesar da educação religiosa conservadora que recebeu durante toda a vida. Ele assumiu seu amor pelo filho do presidente da Legião da Boa Vontade apesar de o relacionamento colocar em risco sua carreira. Ele assumiu seus direitos como cidadão discriminado apesar das ameaças diretas e indiretas da LBV.
Sua união com Franklin, filho de Paiva Netto, contrariando todas as expectativas, suas ações de resistência perante uma instituição que vem tentando calá-lo, sua honestidade para com seis próprios sentimentos são um belo exemplo de auto-estima duramente conquistada.

Esta é a sua história.

Ex-gerente da LBV conta em livro a perseguição que sofreu ao assumir-se como gay e namorado do filho de Paiva Netto, presidente da entidade.
Fundador da Legião da Boa Vontade (LBV), o radialista carioca Alziro Zarur morreu há 21 anos anunciando que o mundo acabaria em 2000. O “homem que fala com Deus”, como era chamado na década de 50, apelou para o discurso apocalíptico ao fundar a seita religiosa que se propagou de norte a sul do país. Ergueu um império sobre os pilares da generosidade: acudiu crianças carentes, amparou idosos, pregou o desapego a bens materiais. Hoje a LBV está entre as seis organizações filantrópicas que mais arrecadam no planeta.
Veio o ano 2000 e o mundo não se desintegrou. A confiança na entidade, porém, está desmoronando. Cerca de 2 milhões de brasileiros repassaram, só no ano passado, R$ 215 milhões aos cofres da LBV, uma dinheirama que, segundo denúncias publicadas pelo jornalO Globo, custeia ambições terrenas dos homens que hoje comandam a máquina da caridade. O alvo das investigações de uma CPI na Câmara dos Deputados tem nome e cargo definido: chama-se José Simões de Paiva Netto e ocupa, desde 1981, a presidência vitalícia da LBV.
Herdeiro de Zarur, Paiva Netto tem mais encrencas pela frente. Dentro de dez dias, Pedro Almeida, um carioca de 30 anos, lançará em São Paulo o livro Desclandestinidade – um homossexual religioso conta sua história. Ele vive há seis anos com o primogênito de Paiva Netto, o artista gráfico Franklin de Paiva, de 34. Os dois se conheceram na entidade. Apaixonaram-se e, quando o caso veio à tona, foram expulsos.
Perseguidos por legionários, dividem um minúsculo apartamento em Lausane, na Zona Norte da capital paulista. Pedro trabalha numa editora, Franklin vende ilustrações. O livro não se restringe ao árduo caminho dos gays que se assumem. Vai mais longe. Revolve as entranhas da LBV. Nesta entrevista a Época, Pedro diz que irá à CPI, se convocado for. Franklin, depois de ter perdido na Justiça o direito de ver o filho de 6 anos, prefere se abster.

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