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segunda-feira, 12 de junho de 2023

ESTUDO REVELA RELAÇÃO PARADOXAL ENTRE GENÉTICA E HOMOSSEXUALIDADE

Introdução Em um estudo recente, cientistas investigaram a relação entre genética e homossexualidade, levantando questões intrigantes sobre a presença desse comportamento ao longo da história humana e em diferentes culturas. O estudo sugere que as variantes genéticas associadas à homossexualidade também podem ser encontradas em indivíduos heterossexuais que têm mais facilidade em encontrar parceiros. 

Vamos explorar os detalhes desse estudo e entender melhor as implicações dessas descobertas. O estudo e suas implicações Publicado na conceituada revista Nature Human Behaviour, o estudo liderado por Brendan Zietsch, da Universidade de Queensland, na Austrália, analisou dados genômicos de quase 400 mil pessoas do Reino Unido e dos Estados Unidos. A pesquisa é uma continuação de um estudo de 2019 que já havia investigado as bases genéticas da homossexualidade. Ao comparar os genes associados à homossexualidade com aqueles relacionados ao número de parceiros sexuais que uma pessoa heterossexual teve ao longo da vida, os pesquisadores encontraram uma correlação positiva entre os dois conjuntos de genes. Isso significa que as variantes genéticas que aumentam a probabilidade de alguém se relacionar com pessoas do mesmo sexo também estão presentes em heterossexuais que têm mais facilidade em encontrar parceiros. 

A correlação encontrada não é de 100%, sendo de 31% para homens, 73% para mulheres e 44% para ambos os sexos. Vale ressaltar que pessoas trans não foram incluídas na amostra do estudo. 

O paradoxo da homossexualidade e a reprodução humana Se as conclusões da pesquisa estiverem corretas, isso demonstra uma relação paradoxal entre a homossexualidade e a reprodução humana. Isso porque os comportamentos homossexuais não favorecem diretamente a reprodução, e uma visão simplista sugeriria que, com o passar do tempo, eles deveriam desaparecer da população. 

No entanto, a homossexualidade está presente em todas as culturas humanas e em todas as épocas, mesmo quando brutalmente reprimida. Além disso, foi identificada em uma ampla variedade de espécies de animais, incluindo mamíferos, aves, peixes e insetos. Essas observações levaram ao surgimento de hipóteses que propõem um efeito positivo indireto do comportamento homossexual, ou das variantes genéticas associadas a ele, sobre o sucesso reprodutivo. 

O estudo de Zietsch e seus colegas acrescenta mais peso a essa hipótese, indicando que as variantes genéticas relacionadas à homossexualidade também podem ajudar os heterossexuais a se reproduzirem mais. Genética e comportamento sexual A equipe de pesquisa também explorou outras correlações entre genes, comportamento sexual e características pessoais. 

Eles descobriram que há uma relação estatística entre os dois grupos de genes e traços de personalidade como abertura a novas experiências e disposição para correr riscos. Esse tipo de pesquisa, porém, pode ser manipulado para fins políticos ou discriminatórios. Por isso, a revista Nature Human Behaviour tomou a precaução de publicar um editorial e uma série de textos de apoio para esclarecer as implicações das descobertas, uma medida bastante rara em publicações desse tipo. 

A complexidade do componente genético da homossexualidade De acordo com os pesquisadores, uma enorme quantidade de genes (provavelmente na casa dos milhares) atuando em conjunto com efeitos individuais muito pequenos parece explicar o componente genético da homossexualidade. Isso significa que não há justificativa para usar os dados genômicos para modificar as propensões sexuais de um futuro filho ainda na fase embrionária, por exemplo — os efeitos seriam provavelmente imprevisíveis. Além disso, embora a ideia de que fatores inatos permeiam a homossexualidade pareça aumentar a aceitação dela, os pesquisadores alertam que não se deve atrelar questões éticas a um panorama científico que pode mudar. "Os direitos civis das pessoas LGBTQIA+ não podem depender dos últimos dados científicos ou teorias sobre a sexualidade humana", escrevem. 

Conclusão O estudo de Zietsch e seus colegas traz novas perspectivas sobre a relação entre genética e homossexualidade, revelando um paradoxo intrigante que relaciona esse comportamento à reprodução humana. Embora a pesquisa ajude a aprofundar nossa compreensão sobre a interação entre genes e comportamento sexual, é importante lembrar que os direitos civis das pessoas LGBTQIA+ não devem ser baseados em descobertas científicas, mas sim no respeito e na igualdade

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