Pacto de Morte entre meninos gays revela nosso atraso
"Pacto de morte deixa um morto em escola por pais não aceitarem namoro gay". A manchete na home do R7 foi um tirambaço nos que, como eu, abominam qualquer forma de preconceito. O caso aconteceu em Sombrio, cidade de menos de 30 mil habitantes na divisa com o Rio Grande do Sul. O adolescente de 16 anos foi asfixiado pelo próprio namorado. Ele disse à polícia que iria cometer suicídio, mas ficou desesperado e pediu socorro.
O escritor irlandês pagou caro pela sua opção sexual. Foi levado aos tribunais pelo pai de um dos seus amantes. Ficou dois anos preso. E morreu três anos depois. Quase na miséria.
Genial entre os geniais, Wilde foi um símbolo e, antes de ser aniquilado pelos boçais, viveu intensamente. Teve mulher e dois filhos e sabia tudo de amor. Mesmo homossexual, era profundo conhecedor da alma feminina. Ou alguém pode duvidar que isso seja verdade, quando lê uma sentença como essa: "Nunca confie na mulher que diz a verdadeira idade, pois, se ela diz isso, ela é capaz de dizer qualquer coisa."
Wilde conclamava a todos a viver pelo prazer, pois "nada envelhece tão bem quanto a felicidade".
O menino morto em Santa Catarina pode ter vivido momentos prazerosos, mas a felicidade foi surrupiada pelo preconceito. E não vai mais poder envelhecer vivendo o amor que queria viver.
Não vou condenar os pais destes adolescentes. A dor que estão vivendo já é mais do que suficiente para refletirem. Apenas lamento que, pelo crime de ser homossexual, o garoto morto tenha tido uma pena ainda mais dura do que a de Oscar Wilde.
Só que Wilde viveu há mais de 100 anos.
Nesse tempo todo, evoluímos a passos de lesma. Muitos ainda acreditam que o homossexualismo é uma doença. E a cura gay é uma realidade. Nunca vi um ex-anão e um ex-viado. Os que se dizem "curados" sabem bem o quanto estão mentindo.
Fazem isso porque são frágeis demais para enfrentar as patas de uma gente perversa e hipócrita. Capaz de condenar um menino por ser gay, mas absolver o político que rouba a merenda desse mesmo menino.
É, realmente, pavoroso o que a estupidez pode causar.
Não quero terminar este post de maneira triste. Abaixo dois momentos bacanas da luta contra o preconceito. Um é um vídeo que encontrei navegando pela internet. O outro é autoexplicativo. A voz, a música e a vida de Angela Ro Ro dizem mais do que qualquer manifesto.
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