RADIOS HOMO FORA FOBIA

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

NOVO VOCABULÁRIO DE GÍRIAS GAY


 
A cantora americana Stefani Joanne Angelina Germanotta já virou sensação pop, escândalo, símbolo de bizarrice e diva gay. Agora, Lady Gaga também é uma expressão popular. O grito “Uh, Lady Gaga!” não tem significado preciso. É uma interjeição usada para fazer humor. Também é um dos símbolos de um novo vocabulário que saiu do mundo dos gays, das lésbicas e simpatizantes e se disseminou entre os falantes em geral. As gírias se espalharam pela internet, por blogs e redes sociais. A TV também contribuiu, com programas de humor e reality shows. Por esses canais, expressões antes restritas à comunidade gay estão ficando populares entre os héteros. E novas gírias são inventadas. “Dois anos atrás, as pessoas imitavam mais o jeito gay por humor. Hoje estão usando as expressões”, diz Thiago Pereira, de 28 anos, estudante de biblioteconomia, um hétero que convive com amigos gays.
As gírias que se espalham pela internet podem ter sido popularizadas por blogs, redes sociais e também pela televisão. A personagem Katylene, criada por Daniel Carvalho, é uma das responsáveis por disseminar o vocabulário gay na rede. Seu perfil no Twitter tem quase 40 mil seguidores. No blog de Katylene quase todas as palavras são escritas de jeito diferente. Na televisão, três participantes do reality show Big Brother 10 eram gays. Um deles, o maquiador Dicésar, popularizou o “adogo!” (versão de “adoro”). Dois humoristas do programa Pânico na TV!imitam gente como Dicésar. As expressões “aloka” e “Uh, Lady Gaga!” ficaram famosas por causa deles.
O impacto dessas novas expressões na língua portuguesa mudou. Antes, sem a grande força da internet, a maior parte das brincadeiras se limitava à fala. A linguagem popular sempre foi fluida, sujeita a modismos, que podem ser geograficamente localizados e desaparecer com o tempo. A internet mudou isso. As expressões são registradas nos blogs e nas redes sociais. Isso tem duas consequências. A primeira é o registro escrito no jeito de falar. São maneiras diferentes de escrever as palavras, simulando um jeito de falar afetado, entendido como gay. O segundo efeito da internet é dar permanência às novas expressões. Com o registro na rede, há chance de essas palavras virarem mais do que uma moda passageira. Algumas expressões podem se incorporar de forma mais definitiva ao vocabulário geral dos brasileiros. Uh, Lady Gaga!



A Bete Faria: modo de se referir a um homem que cobiça
Abafar: pode ser usado de duas formas: como sinônimo de arrasar (ex.: cheguei linda e abafando) ou para encerrar um assunto indesejado (ex.: abafa o caso)
Abalar: arrasar, fazer algo direito (abalou)
Abilolado: abestalhado, lesado, louco do bem
Agasalhar: ato de envolver um pênis com o ânus ou boca
Ai meu edi: expressão que significa "ai que saco"!
Afofi: cheiro ruim
Ajeum: comida ou despacho
Alibã: policial; polícia; o carro patrulha
Agaraneime: dentes podres
Aleijo: problema
Alice: bicha tola
Almôndega: aglomeração de homens que se juntam para um esfrega-esfrega básico. Começou no começo dos anos 90 nos clubes de SP, mas as barbies ainda fazem
Alôca: finaliza frases que pretendem ser bem humoradas. Ex: Você não é feia, é exótica, alôca!
Amapô ou amapôa: mulher
Apatá: sapato; calçado
Apodrecer: falar mal alguém
Aqüendar: palavra multiuso, dependendo da sua utilização. Ex: Aqüendar um sanduíche (comer), aquendar um bofe (trepar), aquendar a conversa (escutar ou participar)
Aqué: dinheiro (10 aqueres+10 reais)
Armário: enrustido, Sair do armário: se assumir Arrasar: fazer algo bem-feito
Arrasa: vai lá, se joga
Arrombada(o): aquela ou aquele que já fez muito sexo anal
Atacada: louca, nervosa
Atender: fazer sexo com Ativo: O que penetra (gays)/a que toma iniciativa (lésbicas)
Avoa: quando alguém chato ou inconveniente se aproxima e você diz: avoa bicha!

B

Babadeira: bicha ou travesti barraqueira que gosta de dar escândalo
Babado: serve para quase tudo. Sexo, drogas, encontros, comida, música, conversa. Vale também para a célebre pergunta "Qual é o babado?", no sentido de o que está acontecendo?
Badalhoca: pedaços mais ou menos pequenos de fezes que ressecam e ficam presos aos pêlos do ânus
Bagaceira: de baixo nível
Bandeira: dar pinta, mostrar que é gay, desmunhecar
Bandeirosa: aquele que vive dando pinta
Barbie: Gay bastante sarado, com corpo ultra-trabalhado
Barebacking: sexo anal entre homens sem preservativo
Baixar a Vovó: fazer uma boquete
Banheirón: banheiro público onde rola pegação (ver verbete)
Basfond (leia-se báfon): bagunça, confusão, baixaria, bochicho, barra pesada
Bater um bolo: masturbação
Bater bolacha: masturbação entre duas ou mais lésbicas
Baunilha: gay iniciante, sonhador, inocente (sinônimo: Serginho)
Bear: ver Urso
BF: Bicha Fina ou Bolacha Fina: Homossexuais com mais de 30 anos, com dinheiro, chiques e frequentadores de bons ambientes
Bi: redução de bicha
Biba: homossexual masculino ou feminino
Bico (bicudo): sinal externo de quem faz carão
Boa Noite Cinderela: quando você encontra um gostoso, ele lhe dopa e sai com a sua grana
Bocuda: fofoqueira
Bode: cansaço, preguiça. Estar de Bode = estar cansado
Bofe: homem másculo
Bofescândalo: homem gostoso
Bolacha: nome meigo para sapatão
Bombado: quem usa bomba, anabolizantes e suplementos
Bombar: tomar anabolizantes; injetar silicone
Bombadeira: quem inejta silicone industrial (proibido por lei)
Boquete: sexo oral
Bronha: masturbação masculina
Buzum: ônibus

C

Caçação: ato de caçar, de fazer pegação
Caçar: procurar alguém para fazer sexo
Cachorra: pessoa que troca muito de parceiro e transa muito
Cacura: gay idoso
Caixa de surpresas: pênis que quando mole é pequeno mas que cresce sem parar e surpreende no final
Caminhoneira: lésbica bem masculina
Cascaboi: usada por gays mais velhos, designa aquele ser meio carrancudo, chato
Caso: namorado
Carão: fazer carão=fazer pose, esnobar/ ter carão= ser bonito
Caricata: pessoa engraçada, cômica
Charuf: coisa ou pessoa ruim, burra (charufinácia: coletivo de charuf)
Cheque: fezes na ponta do pênis após a penetração anal
Checar: Passar cheque
Chochar: falar mal de alguém ou de algo
Chuchu: sinônimo de barba (expressão usada por drags e travestis)
Chuca: limpeza interna do ânus. Para evitar o cheque, faça a chuca
Close: dar pinta
Coió: agressão homofóbica. Tomar um coió, ser agredido por causa da homossexualidade
Confirmou: designa opinões coincidentes
Cockie: lésbica refinada
Colocada: alguém que abusou de drogas ou álcool
Colocón: sinônimo de álcool, drink ou produtos ilícitos
Cona (ou conam): derivado de maricona, é o gay mais velho
Cunete: o famoso cunnilingus
Cyber-mano: jovem da periferia influenciado pela cultura clubber

D

Dadeira: gay que adora ser passivo e pratica muuuuito
Dar a elza: roubar
Dar close: ficar poucos minutos em algum lugar, dar pinta
Dar o truque: enganar
Dar pinta: mostrar afetação
Débora Kerr: o mesmo que Betty Faria
Desencanado: mais que simpatizante, não está nem aí
Desaquendar: desapegar, desembaçar
Descolado: que não é tímido, expansivo e integrado a algum círculo
Derreter: quando alguém se colocou muito e fica em algum canto esperando a bebedeira passar
Dildo: Vibrador ou outro objeto utilizado para estimular o ânus ou vagina
Do além: pessoa, fato ou lugar estranho, chato, incompreensível
Do bem: pessoa, fato lugar legal, amigo (antônimo: do mal)
Drag Queen: homem que se veste com roupas geralmente associadas ao sexo feminino mas sem esconder que é homem, também associado a maior espalhafato. No original inglês, drag queen é utilizado como o mesmo significado de Travesti (homens que parecem mulheres)
Drag King: versão feminina de Drag Queen, i.e. mulher que se veste de homem
Drama: situação trágica ou tragicômica. Própria das dramáticas. Fazer drama: exagerar no sentimentalismo ao contar/interpretar um fato; dramatizar
Dramática: para Johny Luxo, o mundo se divide em dramáticos e exóticos. Também utilizado como expressão tanto de contentamento como de espanto, alegria, satisfação e tristeza. Pode ser usado como elogio para alguém
Dun-dun: negro ou muito bronzeado
Dyke: o inglês lésbica
Dzarm: versão light de cafona

E

Edi: ânus
Embaçado: difícil; enrolado
Encubado: alguém que não assumiu sua homossexualidade, mas já a pratica
Elza: roubo, dar a Elza: roubar
Entendido/a: gay/lésbica
Equê: falso, do truque, falsificado. ex: Loira do EQ. equezeiro - praticante do EQ
Exótica: pessoa não necessariamente bonita, mas que chama atenção ver Dramática

F

Fake: falso; do truque
Fanchona: caminhoneira
Fashion discontrol: pessoa que se veste de forma bem errada
Fazer: transar com
Fechação: dar pinta de forma escandalosa
Fechar: Fazer sucesso
Ferver: animar, fervido: animado
Flop: tradução direta do inglês, fracasso. Usado também como verbo, flopar
Fist Fuck: penetração da mão/braço
Fofo: pessoa, local ou situação legal
Força no picumã: o mesmo que "vá em frente, coragem"
Frapê: pênis que não endureceu direito, que ficou no meio do caminho
Friendly: o equivalente a simpatizante
Fufa: lésbica
Furiosa: lésbica muito masculina
Futun: cheiro ruim
G

Gay for Pay: Expressão americana que designa homens que preferem mulheres e transam com outros homens apenas por dinheiro (michês ou atores pornô)
Gay Friendly: simpatizante
GDC: Gay de Cabeça, pessoa com comportamento gay, mas com preferência sexual hetero
Gillete: bissexual
GLBT: Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros
GLS: Gays, Lésbicas e simpatizantes. Um comportamento que engloba pessoas de todas as preferências sexuais que frequentam ambientes como casas noturnas e bares gays, são ligadas em moda, cinema e artes
GoGo Boy: homem ou rapaz de corpo bem trabalhado que é pago para dançar mostrando o corpo em discoteca ou bar (tb existem em discotecas hetero)
Gongado: derrubado
Gongar: ato de xoxar algo, de ridicularizar
Gravação: boquete
Gulosa: sexo oral, fazer uma gulosa

H

Homofobia: medo patológico da homossexualidade e dos homossexuais
Hype (leia-se raipe): o que está sendo badalado, a função do momento

I

Irene: gay velho

J

Jaburu: pessoa feia
Jacira: gay bagaceiro e engraçado
Jamanta: aquele que ficou lesado
Jeba: pênis grande, bem-dotado
Jogar o picumã: menosprezar ou ignorar alguém

K

Kassandra: drag queen feia ou mal montada
L

Lady: Lésbica de aspecto feminino
Laleska: pessoa uó
Larica: fome
Lasanha: Rapaz MUITO gostoso! Apetitoso, você sente água na boca só de olhar
Leather: quem gosta da estética SM, usa e pratica
Lesado: quem exagerou na colocação ou está temporariamente burro, distante. Ex.: Grace
Lesada Lesbian Chic: lésbicas executivas, consumistas e finas
Lesbian drama: comportamento característico de lésbicas no término ou crise de relacionamentos (generalização)
Ligar o Pisca Alerta: voltar a si, acordar
Luxuosa: expressão de aprovação para alguém bem produzido, bonito ou hype.

M

Mafiosa: quem faz máfia, que mente e cria situações em proveito próprio
Mágoa de Cabloca: pessoas que já foram famosas um dia, ou os que tentam, mas nunca conseguem
Mala: volume na calça, pênis. No Rio, também significa pessoa chata
Mancha: é o gay super feminino, exagerado, que já passou da "pinta"
Mati: algo pequeno. Ex: neca mati (pênis pequeno)
Matusalém: pessoa velha
Mayumi: gay amiga
Me Deixa!: grito de guerra usado pela popular drag paulistana Alma Smith
Meda: Feminino de Medo. Usado como interjeição para algo que não é agradável
Me erra!: me larga
Melhorada: alguém que era uó e melhorou a personalidade. Alguém feio que deu um truque na feiúra
Meu Cu!: não estou nem aí
Meia-Bomba: pênis que não conseguiu enrijecer completamente; o mesmo que frapê
Michê: garoto de programa
Michely: garoto de programa afeminado
Miguxo: pessoa uó que quer fazer a íntima
Milho: ferveção, fechação, bichisse
Modelão: roupa bonita ou ato de montar-se
Mona: mulher ou alguém muito afeminado
Monaocó: junção de mona com ocó (homem hétero), é o gay bem masculino, que não dá pinta
Mônica: derivado de mona, para designar amigos íntimos
Montação: o processo exagerar nas roupas, para se jogar na noite
Montada: travestida, produzida
Mundinho: maneira como clubbers denominam seu universo de pessoas.

N

Naja: fofoqueira, intrigueira
Não estou achando: não estou entendendo ou suportando (alguém ou alguma situação)
Não estou podendo: não quero, não estou a fim
Não ser obrigado/a: ter algo melhor para fazer
Neca: sinônimo de pênis

O

Ocó: homem com jeito de homem
Olá Querida!: noitada onde você só faz social e não se atém a conversar com ninguém. Também usado como interjeição ao encontrar alguém que você não tem muito a dizer
Operada: Transexual (homem para mulher)
Odara: algo grande... imagine...
Otim: bebida alcóolica, drink
Oxanã (ou Xanã): cigarro.

P

Panqueca: 100% passivo. Bateu na cama, virou
PAM: Sigla para passivo até a morte (nem precisa explicar)
Pão com ovo: gay simples... pobre mesmo
Passada: chocada
Passar cheque: quando escap um pouquinho de cocô no ato sexual anal; passar um talão: quando não é só um pouquinho
Passivo: O que é penetrado (gays)/a que se deixa a outra tomar iniciativa (lésbicas)
Passivona: o mesmo que PAM; pessoa que só faz sexo na posição passiva
Pegação: sexo anônimo, sem compromisso
Pencas: muito. Ex.: comprei pencas de sapatos
Penosa: pessoa que não trabalha, dura
Picumã: peruca, cabelo
Pintosa: óbvia
Pirelli: enchimento feito de espuma que drags ou transformistas usam para dar formas femininas ao corpo
Pivô: dar meia-volta, como as modelos das passarelas
Playbicha: moço playboy mas que é gay
Playgay: circuito de clubes e bares dos playbichas
Pochete: lésbica cafona
Poc Poc: gays novinhos e bem femininos. O 'poc poc' é uma onomatopéia do barulho que os saltinhos dos sapatos desses moços fazem na pista
Podre: pessoa, fato ou local ruim

Q

Quebrar louça: quando duas bichas transam
Quá-quá: bicha mulher
Queen-Size: aquele ou aquela viciado em bem-dotados
Queer: que se refere à cultura e/ou comportamento próprio da comunidade gay
Querida: usado para designar pessoas que gosta ou não, como deboche
R
Racha, rachada: mulher, vagina
Rebuceteio: troca-troca de namoradas entre as lésbicas
Ratoburguer: mau hálito
Rodrigues: situação de alguém casado (ou namorando) cujo/a parceiro/a está viajando
S
Sabão: esfrega-esfrega entre duas pessoas, sem penetração
Sair do closet: assumir publicamente a homosexualidade com estardalhaço
Sáfico: relacionado com lesbianismo. A palavra tem origam na poetisa Safo (séc VII a.c.) que tinha uma escola para mulheres jovens na ilha de Lesbos. Safo escrevia poesia, muita da qual se perdeu nos tempos, acerca das suas amantes femininas, que eram frequentemente estudantes na sua escola. Ela teve uma filha Kleïs com cujo pai pode ou não ter sido casada, havendo algum debate nesta questão
Sandália: a mulher da caminhoneira
Sarado: malhado, marombado, com bom corpo
Sapa, Sapata: curto para sapatão Sapatão: lésbica de aspecto masculino
Sapataria: aglomeração de lésbicas
SBP: expressão carioca que significa "Super Bicha Pobre", e designa pessoas mal produzidas que frequentam a noite
Se Jogar: cair de cabeça, entrar em uma situação ou ir a um lugar sem pensar muito
Simpatizante: pessoa heterossexual ou não definida sexualmente que frequenta ambientes predominantemente gays
Sissi: designa quem "está se sentindo"
Susie: aquele rapaz que malha bastante, tem o corpo legal mas não é grandão, bombado, não é barbie ainda.
T

Tá boa: quando você não acreditar em alguma história, é só dizer: Tá boa?
Tá meu bem: interjeição de espanto popularizada pela drag Dimmy Kieer
Tata: sabe aquela amiga que vive com o amigo gay? Então...
Tia, tiona: bicha velha
Tô Lôca!: expressão utilizada para expressar mau humor acompanhado de álcool ou drogas
Tô Passada: expressão de espanto
Tô bege: equivale a "não acredito, tô pasma, boba, plissada, passada, colocada...."
Tombado: caído, sem graça. Ex.: aquele bar tá tombado. Tá uó.
Tombar: falar mal de algo ou alguém
Transformista: o mesmo que Travesti. O termo "Travesti" costuma ser utilizado mais para prostituição, um Transformista apenas se veste com roupas do gênero oposto para espectáculos
Transsexual: uma pessoa que pensa ou se comporta de forma séria como se tivesse o corpo com o género errado. Muitas vezes (mas nem sempre) sujeita-se a uma operação de mudança de sexo. Os termos pré-operatório e pós-operatório distinguem os Transsexuais que fizeram a cirurgia de mudança de sexo dos que ainda não a realizaram. Um Transsexual Não-operatório é um que, por qualquer razão, não pode ou escolheu não ser operado
Trava: travesti
Travar: tornar-se travesti
Travesti: (em inglês: transvestites) homem que se veste e maquilha ocasionalmente de forma a parecer uma mulher, note-se que ao contrário dos transsexuais um travesti (tb conhecidos por Crossdressers) não se consideram mulheres nem pretendem sê-lo. Muitos transsexuais são heterossexuais, e nunca fazem operações de mudança de sexo
Tricha: gay que já é mais que bicha, que dá muita pinta
Truque: mentira, enganação
Trucosa ou truqueiro: que dá truque
Trucón: o truque em si
Tudo: quando algo for muito bom. Ex. Meu modelo tá bom? E o amigo responde: Tá tudo bi!


U
Urso: Homem peludo, tb associado a homem de aspecto másculo ou gordinho
Uruca: mal-olhado ou fase ruim
Uó: (do bajubá) algo ou alguém ruim, feio, desagradável, desprezível, errado, equivocado
Under: diminutivo de underground
V

Venenosa: pessoa que faz veneno, que fala mal de alguém
Vitaminada: robusta, bonita
Versátil: Homossexual que gosta de ter tanto o papel de ativo como de passivo
Virar: passar da condição de heterossexual para homossexual ou vice-versa
Vuduzar: torcer para que algo dê errado.

X

Xana: sinônimo de vagina. Muitas lésbicas usam a forma carinhosa, Xaninha
Xepa: resto da noite, pessoa feia. Fazer a xepa: aquele diz que você não ficou com ninguém na festa ou clube, mas o mesmo já esvaziou e só sobrou o resto e você insisti.

Z

Zalene: algo duro ou que esteja em processo de endurecimento... se é que me entende
Zoraide: bicha metida a clarividente; esotérica.

fonte: Blog Angel Loiro

DEPUTADO FEDERAL DO RIO JEAN WYLLYS EM MAIS UMA LUTA EM DEFESSA DA CLASSE LGBT


O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) defendeu, durante audiência pública na tarde dessa terça-feira, 27, a inconstitucionalidade do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 234/11, do deputado João Campos (PSDB-GO), que suspende a resolução N° 001/99. A resolução estabelece normas de atuação para psicólogos e psicólogas em relação à questão da orientação sexual e impede profissionais da área de exercer qualquer ação que considere a mesma como patologia.
Segundo o deputado, não é competência da Câmara dos Deputados propor um PDC para sustar a resolução do CFP já que, segundo o Art. 49, inc. V da Constituição Federal, o poder legislativo não pode “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”. “Como o Conselho não integra o poder executivo – nem mesmo a administração publica federal – fica claro que o PDC não tem legitimidade para sustar a resolução do Conselho”, disse.
O PDC também fere a laicidade do Estado, continuou Wyllys: “O principio da laicidade diz que o estado não tem paixão religiosa e visto que o autor desse PDC é pastor evangélico e responde aos interesses de sua igreja, assim como a dois membros dessa mesa, o estado não pode se dirigir por paixão religiosa e aprovar esse PDC”.
Wyllys reiterou que a resolução não proíbe pessoas com problemas psíquicos de procurar um terapeuta e sim que profissionais de psicologia prometam reorientar sexualmente um paciente. “Se o paciente sofre de algo chamado na psicologia de egodistonia, uma dissintonia do ego com o desejo, o fim do sofrimento tem que vir pela egosintonia, colocar o ego em sintonia com o desejo, e não reforçar a egodistonia por meio de terapias e proselitismos religiosos de todo o tipo”, explica.
O deputado finalizou sua fala dizendo que o PDC, além de inconstitucional, tem um problema ético. “É preciso que a gente se pergunte porquê os homossexuais experimentam – numa cultura heteronormativa construída há três mil anos – um sentimento negativo em relação a si mesmo”, questionou. “Qualquer terapêutica tem que fazer o homossexual passar da vergonha pro orgulho e não reforçar a vergonha mesmo com casamentos e felicidade aparentes  construída e sustentada por um discurso religioso”.
fonte: site do Deputado federal do Rio de Janeiro e do Brasil Jean wyllys

UMA HISTÓRIA REAL O AMOR NÃO ESCOLHE

"Ganhei uma medalha por matar 13 homens na Guerra e fui punido por amar um" - ex-militar norte-americano gay.
ESSE RELATO MOSTRA QUE O AMOR NÃO ESCOLHE A QUEM E EM QUE TEMPO

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Direitos das minorias sexuais, uma luta mundial


No momento em que a França debate o casamento homossexual e a Argentina promulga uma lei autorizando a mudança de sexo, a melhoria nas condições de existência de pessoas lésbicas, gays, bi e trans (LGBT)1 é incontestável. Agora parece distante o tempo em que essas preferências sexuais eram motivo para uma “lei sobre a periculosidade e a reabilitação social” (Ley de Peligrosidad y Rehabilitación Social), como na Espanha, ou eram vigiadas pelo “grupo de controle de homossexuais da delegacia de polícia de Paris” – a primeira foi abolida em 1979, o segundo, em 1981. Mas a evolução é ainda mais contrastante do que parece. As desigualdades e discriminações fundadas na orientação sexual perduram: em dezenas de países, a repressão do Estado e as violências, frequentemente ligadas a fundamentalistas religiosos, condenam as pessoas LGBT à clandestinidade.
No início dos anos 1980, na maioria dos países ocidentais, as reivindicações LGBT focavam as questões de reconhecimento social e legal. No contexto da epidemia nascente da aids, enquanto as mortes se multiplicavam, a falta de direitos dos parceiros de mesmo sexo criava situações dramáticas, posto que o sobrevivente não tinha nenhuma existência jurídica. As primeiras leis tratando dos casais homossexuais foram instauradas na Europa do Norte (Dinamarca, Noruega, Islândia e Suécia) no início dos anos 1990. Essa onda de obtenção de direitos, que é bem ilustrada pelo Pacto Civil de Solidariedade Francês (o Pacs, votado em 1999), procedeu de uma iniciativa – apoiada pelos partidos social-democratas – que unia tolerância e reconhecimento social, e cuja lógica política era em primeiro lugar a da diferenciação: as uniões dos casais de mesmo sexo não davam acesso aos mesmos direitos que o casamento, principalmente no que dizia respeito à paternidade e adoção.2 Mas esses primeiros avanços abriram novos horizontes reivindicativos.
A partir do fim dos anos 1990, os movimentos LGBT se inscreveram majoritariamente em uma perspectiva baseada na noção de igualdade de direitos entre casais homossexuais e heterossexuais. Logo depois da Holanda (2001), os países escandinavos adaptaram progressivamente sua legislação nesse sentido. Espanha (em 2005) e Portugal (em 2006) autorizaram o casamento e a adoção. África do Sul e Canadá (em 2005), depois Argentina (em 2010), votaram por sua vez legislações igualitárias, assim como alguns estados do Brasil (Alagoas), do México (Distrito Federal, Quintana Roo) e dos Estados Unidos (Connecticut, Iowa, Massachusetts, New Hampshire, Nova York, Washington, Washington DC e Maryland). Por fim, em quase vinte países a homofobia constitui um fator agravante para um crime.
Repressão oficial e reprovação social
Analisar esses avanços legais como resultado de uma lenta, mas profunda, evolução das mentalidades revela-se, no entanto, uma leitura errônea. As resistências permanecem fortes; são atestado disso a posição da Igreja Católica francesa ou espanhola sobre o casamento homossexual, ou, nos Estados Unidos, a assinatura, pelo candidato republicano à presidência, Mitt Romney, do Federal Marriage Amendment, que visa limitar o casamento aos casais heterossexuais. E as violências verbais e físicas continuam a marcar o cotidiano de muitas pessoas LGBT.
Além do mais, o reconhecimento de seus direitos está longe de ser conquistado e universal. As relações entre pessoas do mesmo sexo continuam sendo ilegais em 78 países, onde elas podem ser punidas com prisão ou até a morte. E, independentemente da rigidez das legislações, as práticas homossexuais constituem alvos privilegiados pelos regimes políticos e correntes religiosas desejosos de impor uma forma de autoridade “moral”. Muitos países da África e do Oriente Médio se caracterizam pela acentuação, ao longo da última década, de uma homofobia virulenta e por vezes assassina, particularmente dirigida por correntes fundamentalistas do islã. Assim, na Arábia Saudita, no Irã, no Iêmen, na Nigéria, no Sudão, no Afeganistão e na Mauritânia, os atos homossexuais continuam sendo passíveis de pena de morte. Três homens foram decapitados na Arábia Saudita em 2002. No Irã, dois adolescentes foram executados em julho de 2005, e um terceiro, condenado em 2010, deve sua salvação a uma mobilização internacional. No Iraque, mesmo com a homossexualidade legalizada, milícias islamitas armadas massacraram diversas centenas de pessoas desde 2004.3 Mas as outras religiões não ficam atrás. Em Uganda, os pastores evangélicos (principalmente a Igreja Born Again) se indignaram com a “indulgência” de uma legislação que prevê prisão perpétua para qualquer pessoa acusada de ato homossexual: eles militam para substituí-la pela pena de morte.
Nesse contexto, as pessoas LGBT estão condenadas à clandestinidade, com o medo do estigma levando até mesmo suas famílias a reprimi-las ou denunciá-las. As mobilizações locais continuam sendo arriscadas: as intimidações e violências contra os militantes são frequentes, quando estes não são simplesmente assassinados.4 As redes de solidariedade que se desenvolvem via internet continuam sendo frágeis, já que a denúncia e a repressão da homossexualidade estão comumente ligadas a uma desconfiança com relação a valores considerados “ocidentais”. Em Camarões, no início de 2011, foi sob esse pretexto que o governo denunciou a participação financeira da União Europeia em programas de apoio aos direitos das minorias sexuais. Recentemente, em Uganda, diversas ONGs internacionais, acusadas de “recrutar homossexuais” entre os jovens ugandenses, foram proibidas de entrar no país.
Às discriminações legais que atingem os grupos de “sexualidade desprezada”,5 se acrescentam as que se referem à saúde. Os dados sobre infecção pelo vírus HIV deixam clara essa vulnerabilidade específica. Por exemplo, na América Latina e no Caribe, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que: “Mesmo que o prevalecimento do HIV seja inferior a 1% entre a população geral na maioria dos países da região, ele é, por vezes, entre cinco e vinte vezes mais elevado nos homens que têm relações sexuais com homens (HSH).6 A estigmatização e a discriminação associadas à homofobia alimentam a epidemia”.7 Em escala internacional, uma grande maioria de HSH permanece de fora dos programas de prevenção à aids.8 Diante da estigmatização, da violência e das legislações que penalizam a homossexualidade, eles preferem frequentemente renunciar aos cuidados para não correr o risco de que sua sexualidade seja revelada para a família, a comunidade ou denunciada às autoridades. Por isso é muito difícil estabelecer dados precisos da epidemia entre os HSH em muitos países da África do Oeste. Em outros lugares, como na Rússia, a negação do poder público a respeito da epidemia contribui diretamente para o cálculo aproximativo dos números e enfraquece os dispositivos de prevenção e cuidados.
No entanto, mesmo quando existem estruturas de saúde e as pessoas LGBT têm acesso aos serviços, elas enfrentam a ignorância e os preconceitos do corpo médico. Assim, tal profissional não pedirá um teste de HIV sob o pretexto de seu paciente “não parece ser homossexual” ou “ser casado”. Um de seus colegas vai soltar uma “piada” de mau gosto sobre “as bichas”. Outros tentarão se livrar deles, como alguns dentistas fazem com pessoas soropositivas (espera interminável, medidas de segurança ostensivas...). As lésbicas não escapam a essas desigualdades de tratamento. Por causa de discriminações vividas ou antecipadas, a fraca recorrência a exames ginecológicos tem consequências diretas sobre o aumento das infecções sexualmente transmissíveis, como o vírus do papiloma humano (HPV), ou de alguns cânceres. Quanto à transidentidade, ela continua sendo considerada uma doença mental e figura ainda com esse título nos referenciais médicos que representam a autoridade em escala internacional, tais como o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM, Manual diagnóstico e estatístico dos problemas mentais).
No final dos anos 1990, o surgimento nos Estados Unidos de uma mobilização a respeito da “saúde gay” (ou “saúde LGBT”) marcou a renovação de uma reflexão crítica sobre os objetivos dos cuidados médicos.9 Se só diz respeito, por enquanto, a uma fatia limitada da população, majoritariamente masculina, branca, financeiramente estável e urbana, pelo menos, seu mérito foi renovar relações com uma história de ação coletiva e comunitária. Na aurora do feminismo, os movimentos de emancipação gays e lésbicos pós-1968 marcaram o início de novas formas de luta, baseadas na visibilidade e na politização do íntimo, que questionavam o conjunto da esquerda. Nascidos nos Estados Unidos, os grupos de libertação homossexual apareceram em toda a Europa: na Inglaterra, com o Gay Liberation Front (Frente de Libertação Gay); na França, com o Front Homosexuel d’Action Révolucionnaire (FHAR, Frente Homossexual de Ação Revolucionária)10 etc. Ao longo dos anos 1980, assim como outros movimentos sociais, eles progressivamente se transformaram e se institucionalizaram.
A Europa ocidental foi, no entanto, palco de diversas evoluções. Na França, o fim da penalização da homossexualidade, com a chegada da esquerda ao poder, em 1981, contribuiu para o fôlego do movimento. Em outros países, os governos conservadores no poder tomaram medidas anti-homossexuais. No Reino Unido, a Section 28, votada em 1988, proibia, por exemplo, evocar a homossexualidade nas escolas. Nos Estados Unidos, os mandatos de Ronald Reagan (1980-1988) foram marcados por uma reação moral e política particularmente prejudicial à luta contra a aids.
Quarenta anos de militância
Em todo caso, as reivindicações evoluíram, passando da contestação das normas heterossexuais e patriarcais à demanda por direitos e reformas compatíveis com essas normas. De maneira concomitante, a irrupção do HIV/aids pesou muito sobre a reorientação da estruturação dos combates homossexuais. Desde o início dos anos 1980, a luta contra a epidemia constituiu um ponto central de reorganização das lutas gays, em estruturas como Terrence Higgins Trust na Inglaterra (1982), Gay Men Health Crisis (1982) nos Estados Unidos ou Aides (1984) na França. A criação da associação Act Up – em 1987 em Nova York e em 1989 em Paris – simbolizou essa revolta dos doentes saídos da comunidade gay. A evolução da militância homossexual foi acompanhada por uma multiplicação de grupos associativos organizados em torno da luta contra as discriminações e pela convivialidade: clubes esportivos (European Gay and Lesbian Sport Federation) e associações profissionais (como o Sindicato Nacional das Empresas Gays), centros comunitários nas grandes cidades, associações de jovens ou estudantes etc. O indicativo identitário – ser gay ou lésbica – ganhou espaço em uma leitura em termos de opressão sexual.
A internacionalização das lutas constitui uma das evoluções maiores dos movimentos LGBT contemporâneos. Deixemos claro: desde os anos 1970, as circulações militantes e teóricas são numerosas entre ativistas homossexuais. As revoltas de Stonewall, em Nova York, em junho de 1969, se tornaram uma referência mundial para os movimentos de emancipação; as “paradas do orgulho” comemoram, inclusive, a cada ano, esse acontecimento. Mas, ao longo da última década, o apoio às vítimas da homofobia se tornou um tema maior de mobilização, acompanhando o surgimento de movimentos de emancipação em países onde a repressão proibia a afirmação dos LGBT. Essa solidariedade obteve sucessos notáveis perante a homofobia de Estado – como em Senegal, onde a pressão internacional permitiu em 2009 a libertação de militantes da luta contra a aids. Essas campanhas também permitiram tornar visíveis situações de repressão inaceitáveis, como as violências e a repressão às quais são confrontadas as paradas do orgulho em Belgrado ou Moscou, ou ainda denunciar um projeto de lei homofóbica na Ucrânia. Elas também tecem redes de apoio indispensáveis para iniciativas de pedido de asilo e imigração, quando algumas pessoas precisam deixar seu país.
Ao mesmo tempo, a luta contra a homofobia pode ser instrumentalizada politicamente, como atestam as controvérsias recentes sobre o “homonacionalismo”.11 Forjado como um conceito crítico, ele descreve o movimento que, ao longo dos anos 2000, conduziu algumas parcelas do movimento LGBT dos países do Norte a designar os imigrantes, e em primeiro lugar os “muçulmanos”, como a nova figura ameaçadora para os modos de vida gays e lésbicos. As preocupações legítimas com relação às perseguições de certos governos e à homofobia de setores reacionários do islã se misturam aqui a um combate “civilizacional”. Na Holanda, a figura de Pim Fortuyn, homossexual assumido e político de extrema direita assassinado em 2002, resume até o ponto da caricatura essa tendência. A fronteira traçada entre o “progressismo” dos países ocidentais e o “obscurantismo” dos outros desaparece, no entanto, quando sabemos que os primeiros recusam ou restringem o direito de asilo para as pessoas perseguidas devido à sua orientação sexual nos segundos...
A globalização das preocupações quanto à situação das pessoas LGBT é simbolizada pela adoção de uma resolução internacional específica em Yogyakarta (Indonésia) em 2007.12 Elaborada por especialistas em direitos humanos, essa declaração de princípio visa mobilizar as instituições internacionais a fim de obter a proibição das discriminações fundadas na orientação sexual e na identidade de gênero. O texto obteve o apoio de 54 países durante sua apresentação na ONU, no dia 26 de março de 2007. Atualmente estão em andamento procedimentos para tornar possível a adoção pela ONU de uma resolução sobre os “direitos do homem, a orientação sexual e a identidade de gênero”.
No entanto, a situação dos movimentos reivindicativos é caracterizada pela heterogeneidade e a dispersão. No plano institucional, grupos de pressão centrados nos direitos humanos, tais como a International LGBT Association (ILGA), desenvolvem um trabalho de lobby em nível institucional e estatal. Esses grupos constituem uma força considerável para o desenvolvimento de campanhas de solidariedade, mas permanecem cheios de ambiguidades. Na sua perspectiva, a reivindicação de direitos participa na verdade de uma estratégia de reconhecimento identitário que deixa amplamente claros os objetivos de classe, gênero e raça que fraturam as comunidades LGBT.
Diversos fronts
Além do mais, essa identidade continua sendo em grande parte forjada pelas referências e pelo mercado ocidentais. Os filmes, as revistas, os sites e o turismo participam da difusão de ícones identitários e sexuais. No entanto, em muitas regiões, as maneiras de viver sua orientação sexual e seu gênero são mais diversas e mais fluidas. Assim, na Índia, para oshijras, que se identificam como sendo nem homens nem mulheres, a dicotomia homossexual-heterossexual não é pertinente. Da mesma forma, o coming out– a afirmação pública de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero –, prescrito como uma etapa incontornável, esbarra em certas estratégias de emancipação e de resistência elaboradas localmente, em contextos de repressão.
Ao contrário dessa afirmação identitária, as teorias queer desenvolvem há vinte anos uma crítica virulenta à “naturalidade” do sexo e do gênero:13 ao enunciar seu caráter socialmente construído, elas colocam em destaque a diversidade e a fluidez das identidades sexuais. Essas correntes intelectuais são fortemente associadas ao surgimento de movimentos políticos radicais, queer (como Queer Nation nos Estados Unidos e Queer for BDS no campo pelo boicote dos produtos israelenses) ou transbichassapatas (segundo a autodefinição do grupo Panteras Cor de Rosa), a favor de mobilizações altermundialistas. Seus militantes orientam estratégias de convergência de lutas (feministas, antirracistas, anticapitalistas) que lembram os posicionamentos dos militantes dos anos 1970. Eles e elas colocam em causa a institucionalização e a mercantilização das identidades gays e lésbicas. No entanto, suas redes ainda têm uma estrutura frágil. Os Panteras Cor de Rosa se desenvolveram no Québec, na França e em Portugal ao longo dos anos 2000, mas sem necessariamente estabelecer relações duráveis. Reagrupamentos internacionais importantes, como o Queeruption, para o mundo que fala inglês, ou as Universidades de Verão das Homossexualidades, para o mundo que fala francês, sofrem para se manter.
As questões estratégicas que se colocam atualmente dizem respeito às formas de mobilização. No Norte, desde os anos 1970, as militantes lésbicas reivindicaram e construíram grupos autônomos, principalmente em reação à misoginia vivida no seio dos grupos criados com os gays. Essas formas de mobilização, ligadas ao feminismo, constituem uma das características políticas do movimento lésbico, sem impedir alianças estratégicas com associações mistas. Ao longo dos anos 1990, as pessoas trans criaram também grupos auto-organizados, marcando assim a necessidade de uma mobilização específica. No fundo, é a pretensão universalista dos grupos LGBT, dominados pelos homens gays, que está em causa. Estes últimos continuam a ocupar majoritariamente os espaços de representação pública, contribuindo para a invisibilidade dos outros combates.
Por outro lado, a preeminência da luta pelos direitos deixa na sombra uma dimensão fundamental da emancipação das pessoas LGBT: a da igualdade social. Mais frequentemente à margem das solidariedades familiares, os gays, as lésbicas e os trans são particularmente expostos ao corte recorrente dos serviços públicos e de estruturas de solidariedade coletiva. Mas, ao longo dos últimos anos, as realidades vividas se diferenciaram amplamente. No Sul, as consequências da crise econômica agravaram as situações de precariedade e de dependência econômica com relação às redes de apoio tradicionais, freando as premissas de estratégias de emancipação individual e coletiva. Nos países do Norte, para uma fatia urbana e financeiramente estável, a experiência homossexual não é mais acompanhada de maiores discriminações. Para os outros – mulheres, pessoas trans, jovens, pobres e/ou precários –, as situações são mais problemáticas. O acesso aos recursos oferecidos pelo mundo comercial gay e lésbico ainda é difícil e, mais geralmente, a afirmação de si é entravada pelo desemprego, a precariedade e a dependência econômica com relação à família. Então, as convergências de interesse não se situam mais apenas no seio do movimento homossexual clássico. Em diversos países, os Pink Blocks tornam as questões LGBT visíveis durante mobilizações para a defesa de serviços públicos, contra o racismo ou contra o imperialismo, destacando o emaranhamento dos combates. Reagrupamentos se estruturam também nas organizações sindicais por meio de comissões específicas ou ainda com coletivos como Queers Against the Cuts, na Inglaterra. Os efeitos da crise econômica participam desse movimento de divisão política dos mundos LGBT, fragilizando a construção de perspectivas comuns.
Conquistas legais e transformação da ordem social não se opõem. Mas, no cruzamento dessas tensões políticas, é a capacidade dos movimentos LGBT de definir estratégias identitárias inclusivas e alianças com outros movimentos sociais que está em jogo. Os recentes debates sobre o homonacionalismo, mesmo que permaneçam fechados em esferas restritas,14 poderiam permitir abrir novas perspectivas estratégicas e políticas. Em escala histórica, podemos ver um saudável questionamento da hegemonia exercida pelos homens gays brancos vindos de países do Norte nos movimentos homossexuais. A afirmação de outros grupos permite questionar de forma útil os limites dos “interesses comuns” entre as pessoas L, G, B e T, abrindo então um espaço de redefinição das coalizões necessárias. O perigo é evidentemente uma fragmentação crescente e um fechamento identitário que arruinaria as possibilidades de alianças. Conjugando a luta contra a repressão, a conquista de direitos e a vontade de transformar um sistema desigual, as mobilizações no Sul constituem talvez finalmente o ponto de conjunção de novas estratégias políticas.

Gabriel Girard é sociólogo da École des Hautes études en Sciences Sociales e da Universidade Concordia (Canadá)
Daniela Rojas Castro é psicóloga social da Associação francesa Aides e do Grupo de Pesquisa em Psicologia Social (Lyon_II)


fonte: Diário da Liberdade

CRESCE IGREJAS VOLTADA AO PÚBLICO GAY NO BRASIL



Encaradas pelas minorias como um refúgio para a livre prática da fé, as igrejas “inclusivas” – voltadas predominantemente para o público LGBT – vêm crescendo a um ritmo acelerado no Brasil, à revelia da oposição de alas religiosas mais conservadoras. Estimativas feitas por especialistas a pedido da BBC Brasil indicam que já existem pelo menos dez diferentes congregações de igrejas “gay-friendly” no Brasil, com mais de 40 missões e delegações espalhadas pelo país.
Concentradas, principalmente, no eixo Rio de Janeiro-São Paulo, elas somam em torno de 10 mil fiéis, ou 0,005% da população brasileira. A maioria dos membros (70%) é composta por homens, incluindo solteiros e casais, de diferentes níveis sociais.
O número ainda é baixo se comparado à quantidade de católicos e evangélicos, as duas principais religiões do país, que, em 2009, respondiam por 68,43% e 20,23% da população brasileira, respectivamente, segundo um estudo publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
O crescimento das igrejas inclusivas ganhou força com o surgimento de políticas de combate à homofobia, ao passo que o preconceito também diminuiu, alegam especialistas. Hoje, segundo o IBGE, há 60 mil casais homossexuais no Brasil. Para grupos militantes, o número de gays é estimado entre 6 a 10 milhões de pessoas.
Segundo a pesquisadora Fátima Weiss, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que mapeia o setor desde 2008, havia apenas uma única igreja inclusiva com sede fixa no Brasil dez anos atrás. ”Com um discurso que prega a tolerância, essas igrejas permitem a manifestação da fé na tradição cristã independente da orientação sexual”, disse Weiss à BBC Brasil.
O número de frequentadores dessas igrejas – que são abertas a fiéis de qualquer orientação sexual – acompanhou também a emancipação das congregações. Se, há dez anos, os fiéis totalizavam menos de 500 pessoas; hoje, já são quase 10 mil – número que, segundo os fundadores dessas igrejas, deve dobrar nos próximos cinco anos.

fonte: BBC BRASIL
PARÁ DIVERSIDADE




REFLETIR ANTES DE ASSUMIR, SÃO ORIENTAÇÕES DA ONG GGB DA BAHIA( Grupo Gay da Bahia)


ORIENTAÇÕES Antes de se Assumir Homossexual

1. VOCÊ ESTÁ BEM SEGURO QUE É HOMOSSEXUAL?
Se você ainda está confuso, se tem dúvidas se é mesmo gay ou lésbica, é melhor dar mais um tempo pois a confusão de sua cabeça pode provocar confusão ainda maior na cabeça das outras pessoas, sobretudo em sua família. Nunca assuma sua homossexualidade como forma de agressão ou vingança, num momento de raiva. Uma decisão tão importante tem de ser bem planejada.
2. COMO SE ASSUMIR?
Primeiro faça amizade como algum gay ou lésbica já assumidos. Troque idéias com outros homossexuais como eles vivem, como se assumiram, das vantagens de deixar de ser enrustido. Freqüente um pouco o ambiente homo para ver com qual dos diversos modelos de vivência gay e lésbica você se identifica mais. Procure fazer boas amizades, pois diz o ditado popular: "diz-me com quem andas, que direi quem és..." Não faça nada de que vá se arrepender mais tarde." Para mim, a homossexualidade foi uma bênção", dizia o escritor Jean Genet. Depende de você fazer de seu futuro enquanto homossexual uma bênção ou uma desgraça.
3. VOCÊ SE SENTE SATISFEITO COM SEU HOMOEROTISMO?
Se ainda tem sentimentos de culpa, se acha que está errado, que tua forma de amar é pecado e se tem períodos de depressão, é melhor resolver primeiro estes problemas, assumir-se mais em outros ambientes antes de abrir o jogo com a família. Para enfrentar esta barra, você precisa estar muito seguro e ter uma auto-imagem bem positiva de sua própria homossexualidade. Auto estima é indispensável para ser feliz.
4. VOCÊ CONTA COM O APOIO DE ALGUÉM?
É fundamental que você conte com a compreensão de algum parente ou amigo próximo da família, que possa acalmar seus pais se a reação deles for devastadora. Esta pessoa é também importante para dar-lhe apoio emocional para enfrentar essa nova situação de vida. Discutam todos os detalhes, as reações previsíveis de ambas as partes, e se achar prudente, esteja com esta pessoa amiga por perto no momento da revelação.
5. VOCÊ TEM BONS ARGUMENTOS SOBRE A HOMOSSEXUALIDADE?
Isto é muito importante, pois a maioria das pessoas, inclusive nossos parentes, têm medo ou ódio dos homossexuais (assim como têm preconceito racial) porque nunca souberam a verdade sobre esses temas. Você deve ter as respostas certas para substituir a ignorância do preconceito pela verdade dos fatos. Peça ao Grupo Gay da Bahia os folhetos: "10 Verdades sobre a Homossexualidade" e "O que todo Cristão deve saber sobre Homossexualidade" , onde encontrará respostas para as principais dúvidas/críticas sobre sua nova vida.
6. QUAL O MELHOR MOMENTO DE REVELAR QUE É HOMOSSEXUAL?
Se você avalia que sua família poderá ficar muito abalada ou que talvez não aceitarão sua opção homossexual, infelizmente, é melhor continuar "fingindo que não é, e eles fingindo que não sabem". Se você acha que eles primeiro vão condenar, depois vão aceitar, escolha então uma ocasião em que a família estiver tranqüila, sem doenças graves ou mortes próximas. O importante é demonstrar que a única coisa que vai mudar no relacionamento familiar a partir de agora, é que você deixará de viver na clandestinidade, continuando a mesma vidinha de amor e respeito como antes da revelação. Tranqüilize-os que você não viverá de escândalos, nem de prostituição e que sabe como se cuidar contra a AIDS.
7. VOCÊ DEPENDE DE SUA FAMÍLIA?
Se você é jovem e depende dos pais, talvez seja melhor esperar para se assumir quando tiver seu próprio salário e moradia independente. Contudo, caso decida abrir o jogo ainda morando com sua família, não aceite de forma alguma que eles o expulsem de casa ou imponham qualquer castigo ou repressão. Você não pediu para nascer, homossexualidade não é crime nem doença e você deve exigir que seja respeitado. Afinal, se alguém está errado não é você e sim quem discrimina os gays e lésbicas. Nestes casos, dramatize a situação, lembrando que famílias que rejeitam seus filhos homossexuais, estão empurrando estes jovens para a marginalidade e prostituição, e que expulso de casa você corre muito maior risco de pegar Aids, etc, etc.
8. SEJA PACIENTE!
Se teus pais são muito conservadores e moralistas, e se não desconfiavam de nada, certamente precisarão de mais tempo para se acostumarem com a idéia de ter um filho gay ou uma filha lésbica. Isto pode levar meses ou até anos. Se para você é muito importante manter bom relacionamento com a família, então além de ser paciente, evite qualquer conversa ou atitude que possa aumentar a vergonha ou raiva que passaram a sentir pôr você. Não entre em detalhes sobre sua vida íntima, só leve algum amigo ou amiga homossexual à sua casa se tiver certeza que ajudará os velhos a te aceitarem melhor.
9. FAMÍLIA ÀS VEZES É MELHOR NA FOTOGRAFIA!
Lembre-se que família não é apenas ter o mesmo sangue. Ninguém escolhe a família que tem, mas amigo, sim a gente pode escolher. Se sua família recusa-se, mesmo depois de muitas tentativas e paciência de sua parte, a te aceitar e te amar como gay ou lésbica, não abra mão de sua realização e felicidade pessoal para agradar aos parentes. Quem está errado não é você, são eles que devem mudar, portanto, se não te aceitam como você é, construa novos laços de amizade, amor e compreensão. Cortar o cordão umbilical ou livrar-se da barra da saia materna, no início pode ser duro e difícil, mas é o primeiro passo de uma vida mais autêntica e feliz. Também não cuspa no prato que comeu, e se puder manter bom contacto com seus pais, irmãos e demais parentes, já tem um bando de aliados para enfrentar a intolerância fora de casa.
10. É LEGAL SER HOMOSSEXUAL!
Todo mundo nasceu para ser feliz. É preciso ter muita coragem para enfrentar a barra de ser gay ou lésbica neste país onde a maioria das pessoas ainda considera o homossexual como um ser inferior. Vale a pena insistir: nós é que estamos certos, os homófobos, aqueles que criticam os homossexuais estão errados. A História está do nosso lado, e os países mais civilizados, onde os gays, lésbicas e travestis são respeitados como cidadãos, dão o exemplo que é melhor conviver e respeitar a pluralidade do que marginalizar as "minorias". Se você sente amor, paixão, gozo e tesão pôr pessoas do mesmo sexo, saiba que não está sozinho: mais de 10% da humanidade é igual a você. Em cada 4 famílias, numa tem um homossexual. E para te dar mais segurança e calar a boca dos intolerantes, não se esqueça de citar nossos heróis , que como você, praticaram o "amor que não ousava dizer o nome", entre eles Miguel Ângelo, Shakespeare, Oscar Wilde, Safo, Imperatriz Leopoldina, Martina Navratilova, James Dean, Gilberto Freyre, Angela Rorô, Fernando Pessoa, Mazzaropi, Sócrates. Luiz Mott, Toni Reis, David Harand, Raimundo Pereira, Richard Parker, Leila Miccolis, MacRae, Hebert Daniel, Paulo Bomfim, Wellington Andrade, Jane Pantel, Glauco Matoso, Trevisan, Perlongher, Veriano Terto Júnior, Claudio Nascimento, Rosangela Castro, Guilherme Araujo, e muitos outros homens e mulheres que você conhece que com gara, luta, sensibilidade nos ajudaram e ajudam a construir a nossa história e luta pela visibilidade, direitos e cidadania. Mire-se nesses exemplos. 

fonte da reportagem
Grupo Gay da Bahia - GGB
Rua Frei Vicente, 24 - Pelourinho - Caixa Postal 2552
CEP 40.022-260. Salvador / Bahia / Brasil 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O CASAMENTO GAY NO BRASIL


No Brasil, os gays evangélicos que desejam um casamento religioso podem escolher entre pelo menos três igrejas: a Igreja Contemporânea, a Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), denominação americana que tem filiais em sete Estados brasileiros, e a Comunidade Cristã Nova Esperança, de São Paulo. O fundador da Contemporânea, Marcos Gladstone, chegou a abrir uma filial da ICM, mas percebeu que no mercado religioso brasileiro havia espaço para uma igreja que acolhesse os gays, mas que não fosse militante. “A ICM é quase um movimento polí-tico em defesa da causa gay. Mas no Brasil os fiéis não gostam de misturar religião e militância”, diz Gladstone. “A Contemporânea não é uma igreja gay, mas que aceita gays. Os homossexuais estavam em busca de um lugar para professar a sua fé.”
Desde que mudou o nome – e as regras – de sua igreja, o número de adeptos saltou de 20 para cem. “Percebi que as pessoas queriam mais rigidez”, diz o fundador. Ele criou, então, regras severas como principal trunfo na disputa pela religiosidade do público homossexual: é proibido consumir álcool e cigarros e não é permitido fazer sexo fora do namoro ou casamento. O dízimo de 10% da renda familiar é obrigatório.
Na ICM, a principal “concorrente”, o fiel segue suas próprias regras morais. “Eu jamais direi o que o fiel deve ou não fazer. Os valores de cada um é que vão dirigir suas atitudes. Se fosse importante para Jesus definir regras de conduta sexual, ele teria dito isso”, diz o pastor Gelson Piber, do templo da ICM em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. O templo existe há dois anos, conta com 40 fiéis e tem 12 casa-mentos gays no currículo. “Acho que os gays querem se casar mais que os héteros.”
Em algumas pentecostais, a homossexualidade é uma manifestação do demônio. Na Igreja Contemporânea também há sessões de exorcismo, mas os belzebus supostamente arrancados dos fiéis não são responsabilizados pela opção sexual do fiel. Eduardo, um dos noivos, comandava um templo da Igreja Universal em Barra Mansa, no Rio. “Fiquei lá até um fiel me procurar confessando que era gay e precisava ser curado”, afirma. “Disse que era impossível, porque eu também sentia as mesmas coisas que ele.” Depois do episódio, ele abandonou o templo. Ao voltar para o Rio, foi expulso. Hoje, trabalha como garçom.
Paullo é professor universitário de Português. Sofreu muito com o preconceito do pai, que foi um dos mais conhecidos pastores da Assembléia de Deus de Madureira, no Rio. “Quando contei aos meus pais, disseram que era coisa do diabo querendo tomar conta da minha vida”, diz Paullo. “Cheguei a ficar noivo de uma mulher por um ano para manter as aparências.”
No Brasil, Eduardo e Paullo só serão casados em sua fé. A lei brasileira ainda não permite o casamento no Civil. O Projeto de Lei no 1.151, de 1995, da então deputada federal Marta Suplicy, contempla o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas está há mais de dez anos tramitando no Congresso sem previsão de votação. Desde 2001, casais brasileiros têm conquistado na Justiça o reconhecimento da relação como “união estável” – figura jurídica que garante direitos como pensão e bens adquiridos em conjunto. No mundo, países como Dinamarca, Holanda e Canadá já aprovaram a união civil entre gays. Na América Latina, capitais como Buenos Aires e Cidade do México criaram leis que permitem a união civil de homossexuais.
Na terça-feira (18), os gays marcaram um ponto histórico no Cone Sul. O Uruguai tornou-se o primeiro país da América Latina a reconhecer legalmente a união civil de pessoas do mesmo sexo. Aprovada pelo Senado por unanimidade, a lei precisa agora ser sancionada pelo presidente Tabaré Vázquez.
Eduardo e Paullo planejam tentar o reconhecimento civil mais tarde. Eles se conheceram no Orkut, há um ano, e procuraram a Igreja Contemporânea pela vontade de se casar. O pastor afirma só ter aceitado realizar a cerimônia depois de “ter certeza da convicção dos dois”. Os pais dos noivos não viveram o suficiente para testemunhar o casamento. As mães preferiram não dar o ar da graça para não criar polêmica em suas próprias igrejas. Perderam a cena dos filhos chorando tanto ao pronunciar os votos de amor eterno que Eduardo foi obrigado a tirar as lentes azuis compradas para a ocasião. Casou-se de olhos castanhos.
Fonte: TV Canal 13

Mundo caminha para a aceitação do casamento gay



Tendência mundial em direção a dar direitos integrais de casamento a homossexuais está se consolidando


Apenas 12 anos após a Holanda ter se tornado o primeiro país a legalizar as núpcias homossexuais, a tendência global rumo à concessão de direito integral de casamento aos homossexuais parece estar se consolidando em um ritmo inexorável. O casamento homossexual agora é legal em nível nacional em 11 países, Argentina e África do Sul inclusive, bem como em partes de outros dois. No México, gays podem se casar na capital e nove estados dos EUA bem como a capital legalizaram o casamento homossexual, na maior parte dos casos por via de mundo muçulmano, África e outros países em desenvolvimento – o sexo homossexual ainda é crime, passível de ser punido com vários anos de encarceramento e até execução. A oposição contra o casamento gay ainda é forte, particularmente de igrejas, grupos conservadores e alguns políticos.contestações judiciárias.
Por que essa mudança tão rápida, a qual surpreendeu até muitos ativistas? Parte dela é geracional. Pessoas mais jovens que cresceram em uma era mais tolerante simplesmente não conseguem entender porque tanto barulho por nada. Mas se trata também de uma mudança de comportamento entre os gays em si. Conforme as leis homofóbicas caíram, mais homossexuais saíram do armário. E à medida que seus vizinhos heterossexuais os viram levando vidas familiares felizes – incluindo crianças – sem que isso implicasse o fim do mundo, eles se tornaram mais amplamente aceitos.Mas as atitudes estão mudando – e rapidamente. Há 50 anos a homossexualidade em si era um crime na maior parte do mundo. A Grã-Bretanha só descriminalizou a prática em 1967 e somente em 2003 a Suprema Corte americana invalidou as leis de sodomia que ainda vigoravam em 14 estados. Hoje em dia, na maior parte do Ocidente, pesquisas de opinião mostram uma maioria da opinião pública a favor da igualdade para os gays, a favor inclusive de permitir que eles casem e adotem crianças. Há 10 anos, dois terços dos americanos eram contra o casamento gay; agora, mais da metade, incluindo alguns católicos, são a favor. Tendência similares podem ser percebidas em outros países ocidentais.
FONTE: OPINIÃO E NOTICIAS

Países precursores no reconhecimento jurídico das uniões homossexuais


Entre avanços e retrocessos, resta admitir que a Europa tem garantido sua inclinação pró reconhecimento jurídico das uniões homossexuais



Em 1987, o Parlamento sueco posicionou-se a favor da concessão de determinados benefícios à parte menos favorecida da relação homossexual, com o tímido Homosexual Cohabitants Act, pouco mencionado pelos doutrinadores em razão da quase inexpressiva contribuição para com o reconhecimento jurídico em si. Posteriormente, em 1995, a Suécia reformulou sua posição jurídica frente à questão e passou a conceder os mesmos direitos já constantes da lei dinamarquesa, em vigor desde 1989, através da chamada "partenariat".

A Dinamarca, portanto, é considerada a primeira nação a admitir a necessidade da tutela estatal para concessão de direitos advindos de uniões homossexuais nas áreas previdenciária, trabalhista e do direito das sucessões, incluindo também a troca de sobrenomes e dando as diretrizes em caso de dissolução da sociedade, através da combinação de várias leis.
Ambas as nações tiveram a preocupação em promover diversos debates entre juristas, legisladores e autoridades eclesiásticas, incluindo levantamentos e pesquisas acerca do modus vivendi dos casais homossexuais, concomitante com as pesquisas de opinião junto à população, numa tentativa de conciliar, com bom senso e lógica, argumentações políticas, técnicas e religiosas, radicalmente opostas.
Importante ressaltar que na Suécia foi constituída uma Comissão Parlamentar especialmente para tratar do reconhecimento das uniões homossexuais e, atualmente, outra Comissão vem dando seqüência aos trabalhos, no intuito de discutir a possibilidade de adoção aos casais homossexuais, direito já concedido pela Holanda desde 12/09/00, pois, até então, todos os países que se dispunham a legislar sobre a matéria mantinham expressa proibição, valendo-se de diversos argumentos, em sua maioria carentes de fundamentação jurídica ou técnica, baseados unicamente na possibilidade de dano ao desenvolvimento psicossocial do menor, residindo aí questão demasiado controversa.
O Parlamento holandês promoveu a aprovação da lei que equiparou as uniões homossexuais ao casamento tradicional, por 107 votos contra 33, num intenso debate com a duração de três dias. Salienta-se que independente das discussões de cunho político travadas, as pesquisas realizadas entre os cidadãos holandeses demonstraram que 85% deles eram a favor da aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Por fim, em 01/04/01 foram celebrados em Amsterdã os primeiros casamentos homossexuais sob a égide da nova lei.
Concernente à Inglaterra, o Supremo Tribunal inglês concedeu há dois anos o status de família às relações estáveis entre homossexuais, durante a análise ao caso Fitzpatrick v. Sterling Housing Association Ltda., em que Martin Fitzpatrick recorreu à Câmara dos Lordes invocando seu direito de permanecer no imóvel locado, após a morte do titular do contrato, seu companheiro. A Câmara sentenciou que Fitzpatrick não poderia ser considerado cônjuge do de cujus, mas concedeu-lhe o direito de permanecer no imóvel como um membro de sua família, posto que as relações homossexuais também eram dotadas de características familiares. Isto ocorreu após uma série de precedentes em que o Tribunal Europeu de Direitos Humanos concluiu pela condenação do Estado em razão de atitudes absolutamente discriminatórias frente a litígios envolvendo homossexuais, como no caso "Dudgeon c/ United Kingdom" em que o governo inglês foi acionado por considerar crime as relações sexuais homossexuais, mesmo aquelas praticadas entre maiores de idade, mediante consentimento mútuo, afirmando ser a AIDS um novo elemento a ser considerado pelo Tribunal e que a penalização das relações homossexuais serviria para reprimir os desejos dos que buscassem atos tidos como promíscuos.
Vale dizer que na Inglaterra, demonstrações públicas de afeto entre homossexuais não são permitidas, de forma que a polícia age ostensivamente na repressão de qualquer manifestação nesse sentido. Aída Kemelmajer de Carlucci afirma que: "Los homosexuales se quejan de que la policia inglesa, frecuentemente, se esconda en los baños públicos para "pescarlos".
Num apanhado geral das condições em que o desenvolvimento da questão se dá na Inglaterra, tem-se que muitas lacunas restam a serem preenchidas dada a omissão normativa existente no país, terminantemente proibido de ensinar educação sexual nas escolas por seu Parlamento, aludindo às relações homossexuais, sendo comum à demissão dos que assumem sua condição publicamente e a censura a obras dedicadas a temática, havendo toda uma construção jurisprudencial a estimular ainda mais a perpetuação desse tipo de intolerância.


fonte: jus.com.br
Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/3191/unioes-homossexuais#ixzz2E2Ke8D3v

Art° 2 inciso 1/ DA DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS SOBRE DIREITO IGUALITÁRIO


A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, e seus preceitos de liberdade e igualdade e a Carta da Organização das Nações Unidas, de 1945, donde emergiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, são amplamente rememoradas pelos doutrinadores. Transcreve-se o art. 2, inc. I da Declaração:
"Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição".
Evidentemente, a Declaração Universal dos Direitos Humanos repousa no recôndito das utopias, embora permaneça relevante para análise da conjuntura histórica européia, sendo um alicerce a tutelar a evolução dos direitos aplicados às minorias, ensejando o surgimento ou mudança de várias legislações internas que passaram, da simples tolerância, ao reconhecimento pleno das uniões homossexuais, nivelando-as ao casamento tradicional.


fonte: jus.com.br
Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/3191/unioes-homossexuais#ixzz2E2GuEOO1

domingo, 2 de dezembro de 2012

EUA, GUIA EDUCACIONAL PARA PROFESSORES NO PLANO EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO E ADVERSIDADES



Para professores


currículo, plano de aula (s), professor guia do professor, escola secundária, a liberdade de reunião e de associação, liberdade de expressão, direitos dos homossexuais e lésbicas, GLBT direitos, o direito à orientação, educação sexual EUA

Este currículo tem como objetivo educar os estudantes universitários sobre o respeito as questões de orientação sexual. Diferente de outros que incluem discussões sobre direitos civis e políticos, este plano inclui a discussão de um longo contexto dos direitos humanos. Esses direitos são definidos de uma Declaração Universal dos Direitos Humanos, são exemplos, o direito à educação, identidade, segurança, expressão, emprego, saúde, família - tudo parte de uma discussão sobre os direitos dos LGBT. As atividades desse ações curriculares mais adequados para apoiar a reflexão e discussão. Os alunos são convidados a assumir a responsabilidade pela homofobia que faz com que o abuso de direitos humanos.
Este estudo pretende aprofundar o pensamento analítico e responsável sobre as ações relativas a LGBT entre os alunos do ensino médio. Diferente de outras obras, essa discussão não se encontra no contexto dos direitos civis e políticos, mas em um contexto mais amplo dos direitos humanos. Esses direitos, como definidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, incluem, entre outros, o direito à educação, à identidade, à segurança, à livre associação, à livre expressão, ao trabalho, à saúde e à família - todos relevantes para a discussão dos direitos das lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Os ativistas propõem, neste estudo, ações apropriadas em conjunto com a reflexão e a discussão. Os estudantes são questionados a tomar responsabilidades pelas causas da homofobia e abusos dos direitos humanos.

ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA) E O DIREITO DO CIDADÃO

fonte:


O primeiro caso sobre direitos humanos e orientação sexual no sistema interamericano foi o de Marta Alvarez que apresentou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos uma petição contra a Colômbia (Velasquez Rodriguez v. Honduras, 1998). A ela teria sido negado tratamento igualitário por conta da recusa das autoridades prisionais colombianas em permitir que tivesse visitas conjugais de sua companheira por causa de sua identidade sexual de lésbica. As leis colombianas consideram que as visitas conjugais são um direito para todos os cidadãos independente da orientação sexual.


Proteção Nacional e Agências de Serviços
Proteção nacional com base na orientação sexual existe em muitos Estados, na legislação, na prática ou em ambos, mas ainda está longe de ser uma norma aceita no mundo inteiro.
Muitos Estados ou províncias possuem cláusulas em suas constituições referentes à proteção contra a discriminação com base na orientação sexual, como nos casos da África do Sul, Equador, muitos Estados na Austrália, Canadá e Brasil. Outros Estados possuem leis ou artigos anti-discriminação por orientação sexual em seus códigos penais, como, por exemplo, na Holanda e na Romênia. Provisões anti-discriminação são usualmente adotadas ao se incluir a questão da orientação sexual entre outras no campo da não-discriminação desde as primeiros esboços de iniciativas legais.
Na prática, a implementação das provisões anti-discriminação já existentes depende da vontade política. Alguns Estados criaram agências públicas para a investigação de discriminação (por orientação sexual) e algumas delas podem tomar iniciativas legais a ajuda em benefício das vítimas (Holanda, Suécia, Irlanda).
As Diretrizes Orientadoras para o Tratamento Igualitário no Trabalho da União Européia é correntemente o único instrumento impositivo aos Estados-membros da UE, em um estágio mais avançado, os Estados candidatos a membros da UE, devem implementar políticas em nível nacional baseadas, entre outros fundamentos, na questão da orientação sexual.

CARTA DA UNIÃO EUROPÉIA (UE) DIREITOS DO CIDADÃO




Muitas leis na União Européia oferecem proteção contra a discriminação com base na orientação sexual e referência adicionais com relação à situação dos direitos humanos nos países ascendentes.
Os tratados originais da UE sofreram emendas Tratado de Amsterdam para possibilitar que a UE lute contra a discriminação por orientação sexual. Em 1° de maio de 1999, o seguinte provimento no Artigo 13 do Tratado da CE entrou em vigor pela primeira vez explicitamente mencionada, em um tratado internacional, a proteção à orientação sexual: [...o Conselho, agindo em unanimidade sobre a proposta da Comissão e após consultar o Parlamento Europeu, pode tomar ações apropriadas para o combate à discriminação com base no sexo, origem racial e étnica, religiosa ou de crença, deficiência física, idade ou orientação sexual".
Até 1 de Maio de 1999, a seguinte disposição no artigo 13 do Tratado da Comunidade Europeia entrou em vigor no primeiro tratado internacional de mencionar orientação orientação explecitamente: "... o Conselho, deliberando por unanimidade sob proposta da Comissão, e após consulta ao Parlamento Europeu, pode tomar as medidas adequadas para combater a discriminação em razão do sexo, origem racial ou étnica, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual "(Tratado que institui a Comunidade Europeia (como tem sido alterado pelo Tratado de Amesterdão).
Em dezembro de 2000, ou hum adotou guia conselho Geral (fiscal)


 Diretrizes Orientadoras Sobre o Tratamento Igualitário no Trabalho proibindo a discriminação direta ou indireta com base na crença ou religião, idade, deficiência física ou orientação sexual. As Diretrizes Orientadoras são impositivas a todos os Estados-membros atuais, enquanto que para os países ascendentes é requerida a completa implementação nacional dos Diretrizes antes de se juntarem à UE.
Carta dos Direitos Fundamentais da União Européia é tida como o código dos direitos fundamentais da UE e foi proclamada em Nice, em dezembro de 2000. Atualmente, a carta é um documento não impositivo, mas é importante uma vez que expressa o ponto de vista vista da UE sobre os direitos humanos. Para as lésbicas, os gays e os bissexuais, a carta é importante por causa de seus provimentos explícitos sobre a não-discriminação em se Artigo 21 (1): "Qualquer discriminação com base em qualquer natureza como sexo, raça, cor, etnia ou origem social, característica genética, língua, religião ou crença, opinião política ou outros, pertencimento a uma minoria nacional, propriedade, nascimento, idade ou orientação sexual deve ser proibida".
O Parlamento Europeu (PE) aprovou muitas resoluções (não impositivas) sobre direitos humanos e orientação sexual; a primeira, adotada em 1984, conclamou a luta pelo fim da discriminação com base na orientação sexual. Em 1994, o Relatório "Roth" detalhou a variedade de discriminações contra lésbicas e gays na UE e o Parlamento adotou a recomendação sobre a abolição de todas as formas de discriminação por orientação sexual. Embora seu poder seja limitado, o PE pode exercer significante influência política sobre o Conselho e sobre a Comissão, como em 1999, quando solicitou a ambos que "levantassem a questão da discriminação contra homossexuais durante as negociações para a associação de novos membros, quando necessário". Com relação ao crescimento da União Européia, o PE adotou, em 1998, uma resolução afirmando que ele "não consentirá a associação de nenhum país que por meio de sua legislação ou política viole os direitos humanos de lésbicas e homens gays".
As leis da União Européia entendem que a discriminação contra os indivíduos transgêneros é uma forma de discriminação sexual. Este princípio foi estabelecido pela Corte de Justiça em 1996, no caso P v. S e o Conselho do Condado de Cornwall a qual julgou que a demissão de um indivíduo segundo sua reafirmação sexual constitui discriminação ilegal com base em seu sexo. (Caso C13/94, P v. S e Conselho do Condado de Cronwall [1996] ECR I-2143). Agora, o termo "discriminação por identidade de gênero" é geralmente utilizado para designar a discriminação contra pessoas transgêneros.

DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A HOMOFOBIA

LGBTQIAPN+ A LUTA CONTINUA O   17 de maio   é o   Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia . Essa data tem como ob...